Estudos de Caso
Capacidade de Carga Turística (CTT)
Trilha do Macuco Safari, Parque Nacional do Iguaçu
Trilhas em Uso no Parque Nacional do Iguaçu, Descrições
Consultor: Roberto M.F. Mourão, ALBATROZ Planejamento
Fontes: Instituto EcoBrasil, Blog do Quintiere, Blog Semente.
Trilhas em Uso do PNI, Descrições (2001)
Trilha do Macuco
A Trilha do Macuco é explorada desde 1989, através da concessão de uso, pela Macuco Safari (Ilha do Sol Agência de Viagens).
O Macuco Safari oferece passeio de jipe, caminhada e passeio de barco às Cataratas (à jusante das quedas).
Devemos destacar que na época que este trabalho foi desenvolvido, os jeeps eram tracionados por veículos movidos a gasolina, posteriormente substituídos por veículos elétricos, como podemos ver na foto à esquerda. (Foto © Roberto M.F. Mourão, 2001)
Em 2001, 0 preço por pessoa é de R$ 40,00 (US$1 = R$1,20, em 01-12-98) e dura aproximadamente 1h e 40 minutos.
Os ingressos são vendidos na Recepção, um quiosque existente no início do percurso, junto à Avenida das Cataratas km 25.
Os passageiros são levados pela trilha em carretas abertas, puxadas por jipes 4×4, com capacidade para até 25 pessoas.
Depois do passeio de carreta, faz-se uma caminhada pela variante chamada Trilha da Cachoeirinha (opcional), passando pelo Salto (cachoeira) do Macuco, e depois descendo até o ancoradouro, onde os visitantes são munidos de coletes salva-vidas e de capas.
Barcos infláveis bimotores levam, então, os passageiros aos saltos do rio Iguaçu.
No passeio de barco, atravessa-se o canyon, passando pelas corredeiras e chega-se até a base das Cataratas.
Todo o percurso por jipe é acompanhado por um guia naturalista, que faz a interpretação de alguns pontos em português, inglês e espanhol (orquídeas e outras epífitas, madeiras de lei e alguns animais, principalmente aves, quando podem ser avistados).
Carretas e barcos são equipados com rádios.
Na caminhada existe corrimão em locais mais íngremes e a trilha tem manutenção periódica do seu leito.
As atividades do Macuco Safari são realizadas durante o ano todo, inclusive nos finais de semana e feriados. O horário de funcionamento é das 8:00 às 17:30h.
Os grupos saem a cada 15 minutos, mas não se tem controle de quantas vezes as carretas passam pela trilha.
O passeio é mais procurado por excursões do que por particulares, pois o preço do mesmo já vem embutido nos pacotes turísticos.
Para os indicadores e verificadores sociais, foram feitas cinco avaliações na Trilha do Macuco, em outubro de 1998, abrangendo os horários de 12:00 às 17:30h.
Foram avaliados, com indicadores biofísicos, 2.380 metros de trilha devido ao alagamento em seu trecho final.
Foram analisados 26 pontos, um a cada 100 metros. A partir dos 700 metros a vegetação mostra-se mais degradada.
A trilha tem início na BR-469 do lado direito e seu fim localiza-se no Rio Iguaçu, onde existe um acesso ao ancoradouro, para a saída dos passeios de barco nas Cataratas.
A entrada para a Trilha da Cachoeirinha fica nos seus 950 metros e a saída daí coincide com o final do percurso.
Nos 2.100 metros existe um ponto de troca de veículos, de carreta para jipes.
Nos 2.300 m a trilha se bifurca, havendo duas vias de acesso ao ancoradouro, ambas após 80 metros. Para se percorrer a trilha a pé, leva-se cerca de 45 minutos.
A. Indicador de Visitação
O Indicador de Visitação, apresentado a seguir, faz parte dos indicadores sociais da trilha do Macuco.
Devido à grande quantidade de informações, não é apresentado em forma de quadros, mas sim em texto descritivo.
A.1. Número de Encontro com Pessoas: o número de encontro com pessoas na média foi de 41, com número máximo de 83 e mínimo de 7.
A.2. Número de Encontros com Grupos: o número médio de encontro com grupos foi de 6, com máximo de 13 e mínimo de 2 encontros.
A.3. Número de Encontros por Tamanho de Grupo: o Quadro 6 identifica o número de encontros por tamanho de grupo, com horário de ocorrência do número máximo e mínimo. Grupos de 1 a 4 pessoas são formados por funcionários responsáveis pela manutenção da estrada ou transporte dos visitantes.
Número e frequência de encontros, por tamanho de grupo, nas avaliações de visitação
realizadas Trilha do Macuco em outubro de 1998
A.4. Número de Encontros por Local de Visitação: entre os locais avaliados, os mais freqüentados foram o quiosque e o ancoradouro. O Quadro 7 apresenta o número médio, o máximo e mínimo de encontros em diferentes horários de ocorrência.
A.5. Número de Encontros por Atividade: no Quadro 7 tem-se as atividades realizadas pelos visitantes em cada um dos locais avaliados. Como os visitantes encontram-se, em geral, nas carretas que os transportam de um local a outro, o grande número de visitantes relatados como fila/espera, refere-se aos momentos entre um transporte e outro.
Número de pessoas, por local de visitação, na Trilha do Macuco,
em diferentes horários de ocorrência e atividades realizadas pelos visitantes
Trilha da Cachoeirinha
Possui em torno de 550 metros de extensão, tendo sido avaliados dez pontos, um a cada 50 metros.
Inicia-se aos 950 metros da Trilha do Macuco e seu fim coincide com o final dela.
Dois pontos avaliados foram alocados sobre calçamento, sendo o restante sobre terra. O início da trilha apresenta-se com estruturas como corrimão, escadas, pontes e leito revestido com brita. Todas essas estruturas sofreram reforma no segundo semestre de 1998. Aos 300 metros encontra-se a entrada para a Cachoeira, através de uma trilha estreita. O local não permite, por falta de espaço, a presença de grupos grandes.
Os grupos que visitam a Trilha do Macuco podem optar por percorrê-la ou não. Eles são levados de jipe até a entrada e depois continuam a pé. Como comentado em outra seção desse trabalho, a trilha é usada como ‘válvula de controle’ do embarque nos barcos infláveis no píer do Rio Iguaçu, que percorrem o canyon.
No término da trilha fazem o passeio de barco e retornam novamente de jipe. Não foi realizada uma avaliação específica do indicador visitação para a trilha, pois o caminho estava fechado para manutenção, durante o levantamento de campo. Segundo o responsável pela área, cerca de metade dos visitantes faz essa parte do passeio.
Trilha das Bananeiras
A Trilha das Bananeiras, chamada pelo Plano de Uso Público de “Trilha Recreativa Cocheira Olaria-Porto Bananeira”, possui cerca de 1,1 km de extensão, e nos períodos de chuva permanece alagada em parte do seu trecho.
É uma estrada como as demais trilhas do Parque, utilizada pela fiscalização e bastante procurada por grupos de ornitólogos e pesquisadores, que são acompanhados por guias do Macuco Safari, apesar dessa atividade não estar prevista no contrato de concessão.
O passeio é feito a pé. Durante o trajeto são frequentes as pegadas de animais e a visualização de aves.
A trilha das Bananeiras não foi avaliada, devido ao alagamento na área, quando dos trabalhos de campo para a análise da capacidade de suporte. No entanto, segundo observações de funcionários do Parque, ela é semelhante à Trilha do Poço Preto.
Capacidade de Carga Turística da Trilha Macuco Safari
Parque Nacional do Iguaçu
- CCT Trilha do Macuco – Histórico
- CCT Trilha do Macuco – Parque Nacional do Iguaçu (PNI)
- CCT Trilha do Macuco – Passeio Turístico Macuco Safari
- CCT Trilha do Macuco – Condicionantes de Manejo
- CCT Trilha do Macuco – Programa de Uso Público
- CCT Trilha do Macuco – Impactos de Uso Público em Áreas Naturais
- CCT Trilha do Macuco – Padrão de Uso nas Áreas de Uso Público
- CCT Trilha do Macuco – Objetivos de Manejo no Parque Nacional do Iguaçu
- CCT Trilha do Macuco – Trilhas do PNI (2001)
- CCT Trilha do Macuco – Descrição Geral das Trilhas no Parque Nacional do Iguaçu
- CCT Trilha do Macuco – Pesquisa de Percepção do Visitante
- CCT Trilha do Macuco – Pesquisa de Campo – Impactos do Uso Público em UCs
- CCT Trilha do Macuco – Método Cifuentes, Considerações
- CCT Trilha do Macuco – Método Cifuentes de Determinação de Capacidade de Carga Turística
- CCT Trilha do Macuco – Cálculo das Capacidades de Carga CCF, CCR e CCE
Conceitos
- Turismo – Infraestrutura: Trilhas, Índice Geral
- Infraestrutura: Trilhas – Desenho, Usos, Grau de Dificuldade, Traçado
- Infraestrutura: Trilhas – Uso Recreativo
- Infraestrutura: Trilhas – Interpretação
- Infraestrutura: Trilhas – Exemplos de Interpretação Ambiental
- Estudo de Caso – Trilhas de Estudo e Pesquisa: Estación Biológica La Selva, Costa Rica, (2005)
- Estudo de Caso – Trilhas: Caminhos do Peabiru (20o6)
- Estudo de Caso – Trilhas: Trilha Inca / Camino Inka / Inka Trail – Impactos, Recuperação (2003/2008)
Roberto M.F. Mourão / ALBATROZ Planejamento
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