Mochileiros / Backpackers

Autoria: Roberto M.F. Mourão, ALBATROZ Planejamento, 2008

 

Mochileiros / Backpackers 

Acredita-se que o termo “Mochileiro”, traduzido de “Backpacker”, originou-se na Austrália, no início dos anos 80, para definir pessoas que viajavam pelo país com suas bagagens em uma mochila ou backpack (saco + costas). 
 
O termo sugere uma categoria identificada por seu estilo de viajar de férias, ao contrário de uma identificação baseada em idade ou nos gastos baixos (low budget).
 
No Brasil existe um certo preconceito contra Mochileiros disseminado entre operadores turísticos (convencionais), em geral vistos como visitantes que ‘gastam pouco’ e não utilizam serviços de agências de turismo.
 
Este ponto de vista não ocorre em destinos de grande fluxo de mochileiros, tais como Austrália, Nova Zelândia, México, Perú, Costa Rica e na maioria dos países da Ásia e Europa.
Como Identificar um Mochileiro
  • viajantes acima de 15 anos, porém sem limite de idade;
  • viagens de média a longa permanência;
  • roteiros flexíveis, organizados individualmente;
  • preferência por hospedagem modesta e de baixo custo (campings, hostels, pousadas, cama & café, etc.), que permitem ficar e desfrutar mais, em geral deixando o conforto e a privacidade para a residência permanente;
  • viagens informais e participativas (envolvendo coleta de frutas, trabalho temporário ou voluntário, etc.);
  • ênfase em encontrar outros mochileiros (busca de companhia, dividir despesas, para trocar informações ou compartir experiências).

De fato, mochileiros são, em sua maioria, viajantes independentes e bastante seletivos nos serviços que contratam pois buscam viajar mais, ver mais, fazer mais atividades com os recursos financeiros que dispõem. Suas viagens dão ênfase ao relacionamento com pessoas locais e outros mochileiros, ao conhecimento, à aventura e diversão.

Pesquisa das características de Mochileiros no Rio de Janeiro (2008)
Mochileiros circulam mais, por mais tempo (2008)
 
Em comparação, enquanto o gasto médio por estadia do turista-padrão totaliza R$ 750, o mochileiro gasta R$ 500.
 
Se por um lado o turista-padrão consome em locais turísticos ‘clássicos’ e utiliza serviços de agências, o mochileiro compra no mercadinho do “Seu Zé”, come do restaurante da “Dona Maria”, contribuindo com o turismo de base comunitária, uma vez que sempre está em busca de experiência autênticas, de preços módicos.
 
Outro aspecto importante é o ‘potencial turístico’ do mochileiro que pode retornar como ‘turista-padrão’, com ou sem a família e como ‘melhor idade’, ao se aposentar.
 
Por estes fatos, achamos que vale a pena investir neste visitante que é bem atendido e valorizado na América Latina, África, Austrália Ásia e Europa. Para tal deve-se preparar informações especificas, treinar operadores e adequar infra-estrutura a este publico.
 
Perfil dos Mochileiros (2013)
Fontes de Informação (consultam simultaneamente)
  • 76% “boca-a-boca” e dicas de amigos e parentes
  • 62 % guias / livros
  • 56 % websites

Forma de Viajar (prioridades)

  • 98 % bilhete aéreo internacional
  • 11 % bilhete aéreo / transporte terrestre doméstico
  • 53 % hospedagem
  • 4 % tours
Reserva de Hospedagem
  • 56 % direto com o fornecedor / pousada por telefone
  • 33 % direto com o fornecedor / pousada por email / telefone
  • 40 % online por websites
  • 9 % agência ou operadora
Mudança de Planos / Roteiros
  • se gostam de um lugar e preferem ficar mais tempo
  • para participar de eventos (dança, esportes, música, etc.)
  • se houver disponibilidade para trabalho temporário
  • se acabou o dinheiro reduzem a permanência ou mudam para lugar mais barato
  • por dicas de amigos ou outros mochileiros
  • por motivo de doença
Fontes de Informações

Consultam (simultaneamente)

  • 76% “boca-a-boca” e dicas de amigos e parentes
  • 62 % guias / livros
  • 56 % websites / blogs

 

 

 

 
 

Mochileiros estrangeiros reunidos no cais de desembarque na Vila do Abrão, Ilha Grande, RJ.

 
 

 

 

Roberto M.F. Mourão / ALBATROZ Planejamento
Para uso e permissões favor contatar: roberto@albatroz.eco.br

 

 

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