Infraestrutura: Trilhas
Trilhas: 
Passarelas de Copada / Canopy Walkways
Técnicas Construtivas

Organização / Autoria: Roberto M.F. Mourão, ALBATROZ Planejamento

 

Técnicas Construtivas de Passarelas de Copada
Constructive Techniques of Canopy Walkways

Definindo a Implantação de uma Trilha de Copada 

canopy floresta tropical Wild Walk Linearscape web

O local para a implantação de torres e/ou passarelas de copadas deve ser feito considerando simultaneamente aspectos construtivos (engenharia) e biológicos (interpretação e/ou pesquisa).

Após a pré-definição de local e antes da decisão final do conjunto de árvores-tema, deve-se procurar antever a qualidade interpretativa ambiental e cênica esperadas em relação às futuras estruturas (torres, plataformas, passarelas). Isto pode ser feito com assistência de equipe multidisciplinar de projeto (arquitetos, botânicos, eng. florestais, especialistas em ecoturismo e interpretação ambiental, etc.) e através da utilização de métodos rápidos de escalada (cordas ou rapel) ou andaimes metálicos provisórios.

canopy floresta tropical Una passarela plataforma arvoreMódulos Mínimos

Dependendo dos recursos financeiros disponíveis ou de cronograma, pode-se inicialmente pensar na construção mais simples: 1 torre ou o módulo mínimo de 1 torre + plataforma + 1 passarela.

Para uma melhor relação custo-benefício, deve-se pensar num conjunto de 1 torre + 2 plataformas + 1 passarela.

Módulos Ideais

Com uma ampliação da estrutura mínima, de melhor custo-benefício, com mais uma torre/plataforma + 2 passarelas, chega-se na configuração ideal, ou seja 3 lances de passarelas (pontes-pênseis), com 2 plataformas (ou torres, ou mirantes) e 1 torre de observação que atinja acima do dossel superior do conjunto para uma visão panorâmica de 360º.

Materiais Construtivos

canopy ilustracao passarelasEm virtude da permanente exposição às intempéries, umidade e temperatura são os maiores problemas que podem vir eventualmente a alterar ou comprometer a durabilidade dos materiais construtivos.

É importante usar materiais resistentes tais como cabos de aço, peças em fibra de vidro e madeira tratada, sempre visando a segurança estrutural.

Sendo muitos componentes importados, deve-se planejar bem quanto aos custos de fretes e taxas de importação.

Considerando, ainda, que onde se constroem torres e passarelas de observação são locais remotos e, em geral, de difícil acesso.

Aspectos Biológicos das Árvores

Árvore é uma denominação consensual para caracterizar uma tipologia botânica de grande porte, normalmente compreendendo altura limítrofe inferior igual a 4 metros e superior alcançando cerca de 122 metros.

canopy floresta tropical Tahune Airwalk

O atual registro da maior árvore observada no mundo, representadas pelas gigantescas sequoias (gênero Sequoiadrendro) existentes no norte da Califórnia, Estados Unidos da América.

Entre outras características, uma árvore possui uma raiz pivotante, cuja função é conferir resistência ao vegetal, além de possuir um caule principal lenhoso de onde partem ramificações emitidas a partir de determinada altura, tendo como referência o nível do solo, estendendo-se até o ápice da copa, formando o extrato arbóreo contendo folhas.

Existem diversas espécies arbóreas que são fundamentais para os seres humanos, e para a vida no planeta. São as árvores que aumentam a umidade do ar, evitam erosões ao longo dos rios, realizam a fotossíntese resultando na produção de oxigênio essencial para os seres vivos.

Fornecem sombra e conseguem reduzir a temperatura, reduzem a poluição do ar, servem como abrigo para espécies de animais, contribuindo para a biodiversidade.

Além disso, muitas espécies fornecem flores e frutos para alimentação, produção de remédios, entre outros usos.

Seleção de Árvores para Passarelas de Copada
  1. Selecionar um conjunto de árvores que sejam representativas da composição e diversidade do ecossistema e/ou das florestas regionais;
  2. Instalação de torres e plataformas permitindo o máximo acesso com mínima perturbação para a conformação e estrutura da copada
  3. Dimensionamento físico das estruturas condizentes com fins de observação amadora-contemplativa (ecoturismo) e estudo (educação ambiental, estudo, profissional e pesquisa);
  4. Definir padrões rigorosos construtivos de forma a minimizar eventuais impactos na copada, no solo e subsolo (raízes), além das comunidades relacionadas com a seção florestal de implantação.

Aspectos Construtivos

  1. canopy floresta tropical una passarela gringa recostadaDeve-se primeiramente selecionar local da mata ou floresta primária ou secundária com um mínimo de 20 anos de recuperação, saudável, com árvores de copas densas e de boa conformação.
  2. As “árvores-tema”, em geral espécies de destaque que funcionarão como estações interpretativas e apoio de torres e/ou plataformas, devem estar relativamente próximas (espaçadas no máximo 30/35 metros), de forma que as passarelas de interligação permitam contemplar o entorno (copadas e paisagem), além da observação e interpretação de flora e fauna
  3. Na escolha das árvores de apoio, deve-se evitar fustes pequenos ou com ocos que possam comprometer a estabilidade dos sistemas de apoio e fixação de cabos, estais ou plataformas
  4. Escolher árvores com copas que apresentem ramificação superior adequadas ao apoio de plataformas de conexão ou acesso;
  5. Selecionar conjunto de árvores com possibilidade de expansão de módulos (o desenho mínimo consiste em uma ponte e uma plataforma);
  6. Evitar árvores localizadas em locais escarpados, íngremes e precipícios, principalmente em regiões sujeitas a ventos fortes

 


Classificação das Plantas

As plantas podem ser classificadas em 4 grupos básicos:

  1. Briófitas;
  2. Pteridófitas,;
  3. Gimnospermas; e
  4. Angiospermas.

Esses grupos podem ser divididos ainda em plantas vasculares e plantas avasculares.

Plantas avasculares são aquelas que não possuem vasos condutores de seiva (xilema e floema), sendo esse o caso das briófitas.

As chamadas plantas vasculares, por sua vez, possuem vasos condutores e apresentam como representantes as pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.

As Pteridófitas são também chamadas de plantas vasculares sem sementes, uma vez que possuem vasos condutores e são incapazes de produzir sementes.

Gimnospermas e Angiospermas, por sua vez, são plantas vasculares com sementes.

A diferença entre esses dois últimos grupos está no fato de que as Gimnospermas apresentam sementes nuas, que não estão envolvidas por frutos, enquanto, nas Angiospermas, observamos a presença de flores e frutos.

Veja, a seguir, algumas das características básicas de cada um desses grupos:

  • Briófitas
    São plantas avasculares e que não possuem caule, folhas ou raízes verdadeiras.
    A presença de flores, sementes e frutos também não é observada. Dependem da água para a reprodução.
    A fase dominante do seu ciclo de vida é o gametófito.
    São exemplos de briófitas: musgos, antóceros e hepáticas.
Os musgos são exemplos de briófitas.
Os musgos são exemplos de briófitas.

 

  • Pteridófitas (plantas vasculares sem sementes)
    São plantas vasculares que não produzem flores, sementes ou frutos.
    Possuem raízes, caule e folhas verdadeiras.
    Dependem da água para a reprodução.
    A fase dominante do seu ciclo de vida é o esporófito.
    Como exemplo, temos as samambaias e avencas.
Samambaias são exemplos de pteridófitas.
Samambaias são exemplos de pteridófitas.

 

  • Gimnospermas
    São plantas vasculares que apresentam raízes, caule, folhas e sementes.
    As sementes são nuas, pois não possuem frutos envolvendo-as.
    Nessas plantas também não são encontradas flores, sendo a estrutura reprodutiva desse grupo chamada de estróbilo.
    Devido ao surgimento do tubo polínico, não necessitam de água para a reprodução.
    A fase dominante do seu ciclo de vida é o esporófito.
    Como representantes, podemos citar os pinheiros e as araucárias.
Araucárias são exemplos de gimnospermas.
Araucárias são exemplos de gimnospermas.

 

  • Angiospermas
    São plantas vasculares que possuem raízes, caule, folhas, sementes, flores e frutos.
    Não necessitam de água para a reprodução, e a fase dominante do seu ciclo de vida é o esporófito.
    Nesse grupo temos cerca de 90% de todas as espécies de plantas do planeta.
    Como representantes, podemos citar as orquídeas, a mangueira, o abacateiro e o ipê.
Orquídeas são exemplos de angiospermas.
Orquídeas são exemplos de angiospermas.

 

 



Torres e Passarelas de Copada / Canopy Towers & Walkways

Para Saber Mais sobre Trilhas 

 

 

Roberto M.F. Mourão / ALBATROZ Planejamento
Para uso e permissões favor contatar: roberto@albatroz.eco.br

 

 

 

 

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