Fazenda Murycana, Paraty
(atual Fazenda Bananal)
Reforma de construção em Área de Preservação Permanente – APP (2014)

Alojamento para Pesquisadores

 

 

Conceito de Área de Preservação Permanente – APP

Conforme define o Código Florestal (Lei Federal nº 12.651/2012):

“Área de Preservação Permanente é uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, localizada na zona rual ou urbana, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.”

São áreas de proteção e conservação dos recursos hídricos e dos ecossistemas aquáticos.

Histórico

Em 2014, após a aquisição da Fazenda Murycana, atualmente denominada Fazenda Bananal, procedeu-se a reforma das construções existentes para uso de funcionários, pesquisadores e colaboradores.

Numa área às margens do Rio Pedra Branca, havia duas casas, abandonadas em péssimo estado de conservação, localizadas em Área de Preservação Permanente, de alta restrição de uso, área que só é permitido reformas e pequenos acréscimos.

Dessa forma, para aumentar a capacidade de alojamento na fazenda, decidiu-se reformar essas construções, onde, além de reforma, era necessário reforçar paredes e fundações que foram feitas muito toscamente e sem os devidos cuidados estruturais.

Foi contratado empreiteiro que, orientado tecnicamente, conseguiu um excelente resultado que, ao término, deu a impressão de que eram construções novas.

Com a necessidade de aumentar área construída final, decidiu-se por fazer a varanda, inicialmente inexistente, utilizando madeiras florestadas – eucalipto e pinho tratados.

Essa estratégia foi implementada por ser uma ampliação que, caso houvesse algum impedimento imposto pelo órgãos ambientais, seria fácil de desfazer e reaproveitar os materiais. Os materiais foram comprados em Cunha, na empresa Usina Araucária.

O tratamento de madeiras reflorestadas, atenuam a fragilidade delas quanto ao ataque de fungos e insetos através do eficiente sistema vácuo-pressão (autoclavado) com o composto arseniato de cobre cromatado. Esse preservativo tem como característica ficar totalmente fixo e insolúvel tornando a madeira não tóxica para animais, agricultura e meio ambiente.

Adicionalmente aplicou-se verniz antichama, que é um produto que torna a madeira retardante de chama e que pode ser aplicado em madeiras no geral, mdf, madeirite, bambu, aglomerados e compensados.

Para completar o “retrofit”, a varanda foi forrada com esteiras de bambu tratado, melhorando o a aparência e aumentando o isolamento térmico.

A obra

                                    

                                

O estado da construção era lastimável. Com alguns achando ser irrecuperável. Paredes frágeis, reboco caindo e janelas comidas por cupim.
Para reforçar as paredes, foi descascado o revestimento, afixada telas de fios de diâmetro 1,24 mm, o que trouxe maior resistência à fissuração ao revestimento, malha de 25 x 25 mm, a fim de facilitar a passagem da argamassa pela tela e proporcionar o total envolvimento da tela pela argamassa de revestimento. No novo revestimento foi utilizado chapisco e reboco de massa rica em cimento.

 

                                

A construção não tinha fundações e nem pilares.
Após escorar as paredes, foi feito reforço de fundação com a construção de blocos e pilares nos cantos e no meio dos painéis das paredes.

 

                                

Blocos e baldrames foram feitos para reforçar estruturalmente a construção.

 

Para consolidar a construção, foram feitas cintas de concreto armado, apoiadas nos pilares recém-construídos,
de forma a apoiar o novo e pesado telhado de telhas de cerâmicas, que substituíram as frágeis telhas de fibrocimento originais.

 

                          

Na varanda utilizou-se pilares de eucalipto e taubilhas de pinho, tratados contra cupins e fungos.

 

                               

O interior foi revestido com forro de painéis de pvc branco 35mm x 1,20m x 2,10m, um excelente isolamento termoacústico.

 

                              

Por ser uma casa para uso de pesquisadores foi instalado um tanque externo para lavar ferramentas e botas,
Também foi feita uma caixa de passagem, gradeada, para que resíduos e barro não entupissem o tanque.

 

                               

Foi feito um sistema de tratamento de esgoto com biodigestores e sumidouro,
para total proteção do Rio Pedra Branca que passa nos fundos do terreno.

 

                                    

Ajardinamento do entorno foi em grama esmeralda, complementado com de vegetação nativa.

O resultado superou às expectativas. 

 

 


Roberto M.F. Mourão / ALBATROZ Planejamento
Crea SP/RJ: 600621976
Para uso e permissões favor contatar: roberto@albatroz.eco.br

 

 

 

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