Reciclagem de Resíduos Sólidos
Gestão de Cooperativas de Reciclagem de Resíduos com Agregação Valor

Proposta de Projeto (2024/2025)

Autoria: Roberto M.F. Mourão, ALBATROZ Planejamento 


Reciclagem e Processamento de Resíduos Sólidos
Centros de Triagem e Logística Integrada às Cooperativas de Catadores

 

1. Objetivo

O objetivo principal de Centros de Triagem e Logística Integrada às Cooperativas de Catadores é otimizar a gestão de resíduos sólidos, promovendo a reciclagem, a geração de renda para os catadores e a redução do impacto ambiental.

Essas iniciativas visam garantir a destinação adequada de materiais recicláveis, evitando o descarte em aterros sanitários e promovendo a Economia Circular. 

2. Economia Circular
A Economia Circular é um modelo econômico que visa minimizar o desperdício e maximizar o uso de recursos, propondo um ciclo contínuo de produção e consumo.

Em vez de seguir o padrão linear de “extrair, produzir, usar e descartar”, a economia circular busca reutilizar, reparar, renovar e reciclar materiais e produtos. Esse sistema busca equilibrar o crescimento econômico com a sustentabilidade e o bem-estar social. 

Princípios da Economia Circular
  • Redução: Diminuir a quantidade de matéria-prima utilizada e a geração de resíduos. 
  • Reutilização: Dar um novo uso a produtos e materiais, prolongando sua vida útil. 
  • Reciclagem: Transformar resíduos em novos produtos, reintegrando-os ao ciclo produtivo.
  • Reparo e Renovação: Consertar produtos danificados e restaurar suas funcionalidades, evitando a compra de novos.
  • Compartilhamento: Utilizar produtos de forma coletiva, otimizando seu uso.
  • Design para a Circularidade: Projetar produtos com foco na durabilidade, facilidade de reparo e reciclagem. 
Benefícios da Economia Circular
  • Sustentabilidade
    Redução da exploração de recursos naturais, diminuição da poluição e mitigação das mudanças climáticas. 
  • Economia
    Redução de custos com matérias-primas, energia e gestão de resíduos, além de geração de novas oportunidades de negócios. 
  • Sociedade
    Criação de empregos verdes, melhoria da qualidade de vida e promoção do desenvolvimento sustentável. 
     
Exemplos de Economia Circular
  • Reciclagem de plástico: Transformar garrafas PET em novas embalagens ou produtos.
  • Reutilização de embalagens: Utilizar caixas de papelão para múltiplos envios.
  • Reparo de eletrodomésticos: Consertar produtos com defeito em vez de substituí-los.
  • Moda circular: Compartilhar, alugar ou comprar roupas usadas, prolongando seu ciclo de vida. 
A Economia Circular representa uma mudança de paradigma, onde a sustentabilidade é integrada ao processo produtivo e ao consumo, promovendo um futuro mais próspero e equilibrado. 
3. Centros de Triagem

São espaços estruturados onde os resíduos recicláveis são recebidos, separados, classificados, prensados e armazenados, normalmente operados por Cooperativas de Catadores.

Funções principais

  • Separar resíduos por tipo (papel, plástico, vidro, alumínio, etc.)
  • Remover contaminantes
  • Prensar ou triturar para venda
  • Armazenar até atingir volume comercial

Produtos finais: Fardos prensados, flocos triturados, pellets (plástico), cacos limpos (vidro).

4. Logística para Cooperativas

Fluxo Logístico Típico

 

Etapas Detalhadas

5. Logística Reversa Empresarial

Grandes empresas contratam cooperativas para recolher e processar embalagens pós-consumo.

A Logística Reversa Empresarial refere-se ao processo de planejar, implementar e controlar o fluxo de materiais e produtos de volta para a empresa, após o consumo ou uso pelo cliente, com o objetivo de reutilização, reciclagem ou descarte adequado dos resíduos.
 
Ela engloba diversas atividades como coleta, transporte, armazenamento, triagem e destinação final dos resíduos. A logística reversa é um instrumento importante para a sustentabilidade empresarial, pois reduz o impacto ambiental, otimiza o uso de recursos e promove a responsabilidade social. 
 
Logística Reversa é o processo de gerenciamento do fluxo de produtos, materiais e informações do ponto de consumo ou pós-consumo de volta para o ponto de origem, ou seja, para a empresa. Ela envolve a coleta, transporte, armazenamento, triagem e destinação final de produtos, embalagens e resíduos, com o objetivo de reutilização, reciclagem ou descarte adequado.
6. Centros de Triagem 
  • Separação e Classificação
    Recebem os resíduos coletados, separando-os por tipo de material (papel, plástico, vidro, metal) para facilitar a reciclagem. 
  • Preparação para Reciclagem
    Após a triagem, os materiais são processados (prensados, enfardados) para otimizar o transporte e a venda para as indústrias recicladoras. 
  • Geração de Renda
    As cooperativas de catadores, muitas vezes parceiras desses centros, obtêm renda com a venda dos materiais reciclados. 
  • Redução do Impacto Ambiental
    Ao evitar o descarte em aterros, contribuem para a preservação do meio ambiente e a redução da poluição. 
7. Logística Integrada
  • Coleta Seletiva
    A logística integrada facilita a coleta seletiva dos resíduos, garantindo que os materiais recicláveis sejam direcionados para os centros de triagem. 
  • Cadeia Produtiva da Reciclagem
    As cooperativas e os centros de triagem fazem parte da cadeia produtiva da reciclagem, desde a coleta até a transformação em novos produtos. 
  • Parcerias
    A integração da logística envolve parcerias entre cooperativas, empresas, governos e outras entidades para garantir o fluxo eficiente dos materiais e a sustentabilidade do processo. 
  • Logística Reversa
    A logística integrada também pode se relacionar com a logística reversa, onde as empresas se responsabilizam pela coleta e destinação final de seus produtos pós-consumo. 

Em resumo, a combinação de centros de triagem e logística integrada às cooperativas de catadores é fundamental para a gestão eficiente de resíduos sólidos, promovendo a sustentabilidade ambiental, a geração de renda e a inclusão social. 

8. Modelos e Exemplos de Centros no Brasil

Coopercaps (SP)

    • Centro de triagem estruturado com esteiras, balança, prensa
    • Parcerias com Ambev e Tetra Pak

Coopersol (RJ)

    • Trabalha com logística reversa de eletrônicos
    • Tem frota própria para coleta e galpão com classificação

Cataki + Pimp My Carroça (Nacional)

    • Plataforma de conexão entre catadores e população
    • Apoio à estruturação de pontos de triagem autônomos

Centro de Triagem de Florianópolis (CTRe)

    • Gestão mista: prefeitura + cooperativas
    • Equipado com esteiras automatizadas, prensa hidráulica, empilhadeiras
    • Modelo referência no Sul do país
9. Como Montar ou Fortalecer um Centro de Triagem

Infraestrutura básica

  • Galpão de 200–600 m²
  • Piso reforçado e ventilação natural
  • Equipamentos:
    • Esteira de triagem
    • Prensa hidráulica
    • Moinho de plástico ou vidro (opcional)
    • Balança de chão
    • Carrinhos e EPIs

Capacitação essencial

  • Classificação e separação
  • Segurança do trabalho
  • Gestão de resíduos e de cooperativas
  • Comercialização e negociação de recicláveis

Complementando: Como Montar um Centro com Impacto Social

Necessidades

  • Plano de negócio para centro de triagem
  • Modelo de parceria com cooperativas
  • Mapeamento de cooperativas locais (se você me disser a cidade)
  • Projeto para captar recursos via edital ou empresa
10. Fontes de apoio e financiamento
  • BNDES Fundo Socioambiental
  • CATAKI Fund
  • Fundos Municipais de Meio Ambiente
  • Empresas via logística reversa e compensação ambiental

 

Autoria: Roberto M.F. Mourão / ALBATROZ Planejamento, para Condomínio Pedra Grande da Ilha do Itu, Paraty

 

Proposta de Alteração de Layout para Cooperativa de Reciclagem de Resíduos Sólidos

Autoria:
Adriana de Paula L. Santos, Lucas Américo S. Pêgo, Hercules G. Gimenes, Nicolle Christine S. Ramos
Departamento de Engenharia de Produção – Universidade Federal do Paraná UFPR, dezembro 2020.

 


 

 

 

 


 


 

 

 

Roberto M.F. Mourão / ALBATROZ Planejamento
Para uso e permissões favor contatar: roberto@albatroz.eco.br

 

 

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