Reciclagem de Resíduos Sólidos
Gestão de Cooperativas de Reciclagem de Resíduos com Agregação Valor

Proposta de Projeto (2025)

Autoria: Roberto M.F. Mourão, ALBATROZ Planejamento 

 

Resíduos Sólidos

Definição de Resíduos Sólidos
Resíduos sólidos são todos os materiais descartados nas atividades humanas (domésticas, industriais, comerciais, agrícolas, entre outras) que apresentam forma sólida ou semissólida.
 
Eles podem ser reaproveitados, reciclados ou destinados corretamente, ou, se mal geridos, podem causar impactos ambientais e à saúde pública.
Definição Legal de Resíduos Sólidos
Segundo a Lei nº 12.305/2010 – PNRS, define-se Resíduos Sólidos:
 
“Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido (…)”.
Principais Tipos de Resíduos Sólidos

Classificação quanto ao Potencial de Reutilização:
  • Recicláveis: papel, vidro, metal, plástico.
  • Orgânicos: restos de alimentos, que podem ser compostados.
  • Rejeitos: não podem ser reaproveitados nem reciclados (ex: papel higiênico sujo, absorventes).
Importância da gestão dos resíduos sólidos:
  • Evita a contaminação do solo, água e ar.
  • Reduz a quantidade de lixo nos aterros sanitários.
  • Gera emprego e renda (ex.: catadores, cooperativas).
  • Promove a economia circular.
  • Melhora a saúde pública e a qualidade de vida.
Resíduos Sólidos de Maior Valor de Comercialização

Os resíduos sólidos recicláveis de maior valor de comercialização variam conforme o mercado, a demanda industrial e a pureza do material.

De forma geral, os mais valorizados são:

Alumínio (latas de bebidas)
→ Valor de mercado: Muito alto.
→ Motivo: Reaproveitamento com grande economia de energia. A indústria paga bem por latas de alumínio prensadas.
→ Exemplo: Latas de refrigerante, cerveja.
 
Cobre
→ Valor de mercado: Altíssimo.
→ Motivo: Usado na indústria elétrica e eletrônica. É altamente valorizado mesmo em pequenas quantidades.
→ Exemplo: Fios, cabos, motores elétricos.
 
Latão e Bronze
→ Valor de mercado: Alto.
→ Motivo: São ligas metálicas valorizadas em sucatas.
→ Exemplo: Peças de encanamento, ferragens antigas.
 
Aço Inoxidável
→ Valor de mercado: Alto.
→ Motivo: É resistente e tem aplicação ampla na indústria.
→ Exemplo: Utensílios domésticos, peças automotivas.
 
Plásticos de Engenharia e PET (de boa qualidade)
→ Valor de mercado: Moderado a alto (varia com a limpeza e separação).
→ Motivo: PET transparente e limpo tem bom valor. Plásticos técnicos (como ABS, polipropileno de alto desempenho) também.
→ Exemplo: Garrafas PET, carcaças de eletrônicos, peças de automóveis.
 
Papelão (limpo e seco)
→ Valor de mercado: Moderado.
→ Motivo: Usado na indústria para produção de embalagens recicladas.
→ Exemplo: Caixas de papelão, embalagens de e-commerce.
 
Papel branco (impressão, escritório)
→ Valor de mercado: Maior que o de papéis mistos.
→ Motivo: Alta qualidade de celulose, fácil reutilização.
→ Exemplo: Sulfite, cadernos sem espiral.
 
Importante
Contaminação reduz drasticamente o valor do resíduo.
O nível de separação (seco, limpo, separado por tipo) aumenta o valor.
Os valores mudam conforme a região e a demanda das indústrias recicladoras.
 

Observações: Os preços podem variar significativamente entre as regiões do Brasil.
Em Belo Horizonte, o quilo da latinha de alumínio pode chegar a R$ 9,00 (mercadomineiro.com.br).


Como Maximizar o Valor dos Materiais  
→ Separação Adequada: Organize os materiais por tipo e evite misturas.
→ Limpeza: Materiais limpos e secos são mais valorizados.
→ Armazenamento: Evite exposição à umidade e contaminação.
→ Volume: Grandes quantidades podem ser negociadas por preços melhores
Resíduos Sólidos de Menor Valor

Os Resíduos Sólidos menos valorizados comercialmente são aqueles que:

  • Têm baixo valor agregado por quilo ou por unidade;
  • São difíceis ou caros de reciclar;
  • Possuem pouca demanda industrial ou logística inviável.
Papelão (limpo e seco)
→ Valor de mercado: Moderado.
→ Motivo: Usado na indústria para produção de embalagens recicladas.
→ Exemplo: caixas de papelão, embalagens de ecommerce.

Vidro Comum e Colorido
→ Valor comercial: Muito baixo (R$ 0,10 a R$ 0,50/kg).
→ Motivos:
      – Alto peso e baixo valor por quilo.
      – Alto custo de transporte.
      – Baixa aceitação por recicladoras em pequenas cidades.
→ Exemplo: garrafas, potes de conserva.

Isopor EPS – Poliestireno Expandido
→ Valor comercial: Quase nulo.
→ Motivos:
     – Leve demais (exige muito volume para pouca massa).
     – Dificuldade de compactação e transporte.
     – Poucas recicladoras especializadas.
→ Exemplo: bandejas de carne, embalagens de eletrodomésticos.

Plásticos mistos ou sujos
→ Valor comercial: Baixíssimo ou nulo.
→ Motivos:
     – Contaminação dificulta a reciclagem.
     – Plásticos com muitos tipos de resina (embalagens multicamadas) são difíceis de processar.
→ Exemplo: embalagens de salgadinho, rótulos metalizados, sachês.

Papel sujo ou engordurado
→ Valor comercial: Nenhum.
→ Motivos:
     – Contaminação por gordura impede a reciclagem.
     – A celulose contaminada é inutilizável.
→ Exemplo: guardanapos usados, papel de pão engordurado, caixas de pizza sujas.

Tecidos sintéticos e roupas velhas
→ Valor comercial: Muito baixo (exceto em projetos específicos de reutilização).
→ Motivos:
     – Pouca estrutura de reaproveitamento no Brasil.
     – Mistura de fibras dificulta reciclagem.
→ Exemplo: roupas de poliéster, roupas rasgadas ou manchadas.

Embalagens longa vida (tipo TetraPak)
→ Valor comercial: Baixo (R$ 0,10 a R$ 0,30/kg).
→ Motivos:
     – Compostas por camadas de papel, plástico e alumínio.
     – Reciclagem exige processos industriais complexos.
→ Exemplo: caixas de leite, sucos.

Rejeitos eletrônicos comuns (cabos, placas antigas sem metais nobres)
→ Valor comercial: Baixo a médio, dependendo do teor metálico.
→ Motivos:
     – Extração de materiais exige tecnologias específicas.
     – Apenas partes específicas são valorizadas (cobre, ouro).
→ Exemplo: mouses, carregadores simples, teclados.

Observação
Esses materiais não devem ser descartados no lixo comum. Muitos ainda têm valor ambiental mesmo que não sejam economicamente atraentes. Por isso, vale a pena procurar pontos de entrega específicos ou campanhas de logística reversa.

 

 


 

 

 

 

 


 

 


 

 

 

 

 

 


Roberto M.F. Mourão / ALBATROZ Planejamento
Para uso e permissões favor contatar: roberto@albatroz.eco.br

 

 

 

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