Centro de Eventos da Associação dos Cavaleiros de Garopaba
Trabalho de Conclusão de Curso de Arquitetura
Estudo de Caso: Roberto M.F. Mourão, ALBATROZ Planejamento
Autoria Projeto: Jaqueline Cardozo, arquiteta
UNISUL Universidade do Sul de Santa Catarina
TCC parcialmente publicado nesse estudo de caso.
Para baixar o documento completo click no link: Centro ACG Garopaba – TCC Jaqueline Cardozoo (pdf)
TCC Trabalho de Conclusão de Curso 2022
Introdução
O trabalho consiste no desenvolvimento de um anteprojeto arquitetônico de um Centro de Eventos da Associação dos Cavaleiros de Garopaba – ACG.
Justificativa
A cidade conta com muitos cavaleiros que gostam de se reunir, cavalgar, praticar esportes hípicos, como Garopaba não conta com um espaço assim, é importante a criação de um espaço adequado para a lida com os cavalos e juntamente com um centro de eventos, outro uso que a cidade carece. Este centro poderá ser utilizado pela associação assim como para outros eventos sejam eles públicos ou privados.
A primeira associação foi fundada por pessoas que tinham algo em comum a paixão por cavalos. A necessidade de um local para eventos e para festejar essa paixão os incentivou a abrir um local para isso o centro de eventos da associação dos cavaleiros de Garopaba – ACG. Acompanhei o nascimento deste sonho juntamente com meu pai, um dos sócios fundadores, após anos devido a diversos fatores veio o fechamento do local. Como cresci e vivi isso intensamente meu desejo de homenagear a minha paixão e ao sonho do meu pai me motiva a criar este espaço novamente.
Objetivo Geral
Desenvolver o anteprojeto arquitetônico de um centro de eventos para a associação dos cavaleiros de Garopaba – ACG. E para comunidade criando espaços de lazer, atividades hípicas, entre outros.
Objetivos Específicos
Realizar e desenvolver os referencias teóricos para compreender a história da cidade, o tratamento dos animais e sobre centros equestres e centros de eventos;
- Estudar referenciais projetuais e conceituais de centros equestre e de centro de eventos, para aprimorar o conhecimento do funcionamento e organização deste tipo de espaço;
- Realizar diagnóstico da área, para melhor compreender suas necessidades e potencialidades;
- Realizar entrevistas com pessoas que fizeram parte da ACG antiga, para adquirir mais informações;
- Elaborar um plano de necessidades, organograma, conceito e diretrizes para realizar um bom projeto;
- Elaborar o partido arquitetônico de centro equestre e centro de eventos.
Metodologia
Para elaboração da proposta, a metodologia adotada seguiu as seguintes etapas:
Pesquisa bibliográfica e Embasamento teórico
A partir da análise de referenciais, estruturar a pesquisa através de livros, trabalhos acadêmicos e artigos, adqui- rindo informações e conhecimentos para desenvolver a pesquisa.
Análises de projetos referenciais
Analisar referenciais projetuais, similares ao tema, levando em consideração circulação, acessos, linguagem arquitetônica, materialidade e sistema construtivo, volume, zoneamento funcional, relação do edifício com o entorno e partido.
Diagnóstico da área
Fazer o levantamento de dados da área, através de levantamento fotográfico e visitas ao local, para entendimento melhor das condicionantes, topografia e levantamento de informações para elaboração de mapas de sistema viário, serviços e equipamentos urbanos, cheios e vazios, relação público privado, uso do solo, gabaritos, tipologias e legislação vigente.
Entrevistas
Realizar entrevistas com os antigos sócios, resgatando material da primeira associação, assim como entrevistar o público que frequentavam e participavam dos eventos e torneios.
Estudo Preliminar e Partido
Lançamento do programa de necessidades, pré-dimensionamento, por meio de croquis, implantação, zoneamento e estudos volumétricos.
Anteprojeto
Desenvolvimento do anteprojeto arquitetônico para a conclusão do TCC II.
Área Proposta
O local escolhido para desenvolvimento do projeto do Centro de Eventos da Associação dos Cavaleiros de Garopaba – ACG, encontra-se na Rodovia GRP 471, bairro Areias de Palhocinha, Garopaba – SC.
O terreno possui área de 4,38 hectares (43.785,50 m2).
O Cavalo
O Cavalo (Equus Caballus) é um mamífero vertebrado e ungulado de tamanho médio, eles fazem parte do grupo de equinos, juntamente com zebras, pôneis e burros, a domesticação da espécie ocorreu em 5.500 AC.
Portanto, representa um dos animais mais utilizados e de maior convívio com os seres humanos, isso ocorre porque os cavalos são usados para recreação, criação, transporte de pessoas e esporte.
Atualmente existem mais de 100 raças diferentes em todo o mundo e cada raça tem sua habilidade, sendo utilizado em diferentes modalidades esportivas ou para lazer. Segundo o site Treinamento 24, os cavalos são animais herbívoros, por isso é comum encontrá-los em pastos onde alimentam-se de capim e ervas.
Um cavalo, na natureza pode passar até 16 horas se alimentando durante o dia e quando são criados pelo homem, eles podem ser alimentados com ração ou milho. Também é importante fornecer sal e mineral.
O Cavalo na História
A relação entre o homem e o cavalo está escrita há milhares de anos, após a sua domesticação, ele passou a fazer mais importância na vida do homem, podendo realizar diversas tarefas, como trabalhos, esportes, lazer.
O cavalo foi descoberto como grande auxilio nas atividades agrícolas para tração dos arados, para transporte, para batalhas, e teve seu maior destaque na idade média.
Na atualidade esses animais possuem importante papel no cotidiano do homem, em tarefas como agricultura, transporte e nos esportes, além destas tarefas citadas, os cavalos desempenham um papel importante na saúde, sendo responsáveis pelo fornecimento de soro para fabricação de vacinas e outros produtos, como soro antiofídico e obtenção do vírus inativo da raiva produzido pelo instituto Butantã.
Os animais tem ligação forte com os seres humanos e capacidades claras de sentimentos, aprendizagem e raciocínio também. Historicamente o cavalo tem representado um papel muito importante na vida do homem e seu cotidiano.
O Bem-estar e Cuidado com o Cavalo
A importância no cuidado dos cavalos é fundamental para seu bem estar, um animal no seu ambiente de convívio deve receber as instalações adequadas, alimentação, manejo, sempre visando a qualidade e conforto.
“O bem estar dos cavalos tem relação direta com as suas necessidades naturais, tais como liberdade, companhia, alimentação, adaptação, controle, saúde, respeito, felicidade e demais sentimentos. Isso tudo depende das boas práticas de manejo. O bom manejo é simplesmente oferecer aos cavalos condições que promovam a eles situações de bem-estar. Todas as ações devem acontecer com o objetivo de estimular de maneira benéfica todas as atividades da rotina dos cavalos. Interações com outros animais da mesma espécie, boas condições de alojamento, correto manejo sanitário, reprodutivo e nutricional, tratamento e treinamento adequados, boas condições de transporte e cuidados veterinários são primordiais’’. (Jéssica Dussmann)
- Alimentação balanceada
- Cuidados com a higienização e limpeza
- Baias com segurança e conforto
- Cuidados com os cascos e pelos
- Seguir orientações de médicos veterinários
- Respeitar os limites de cada cavalo.
A arquitetura é um fator que pode contribuir no bem-estar animal, através de um projeto com iluminação adequada, ventilação,estética, funcionalidade, entre outros aspectos, pensando sempre na qualidade de vida do animal.
Arquitetura Equestre
A arquitetura equestre visa planejar e desenvolver projetos que criem ambientes adequados para garantir e manter a saúde e o bem-estar dos animais. Os cavalos estão acostumados a viver livremente, por isso é importante que o ambiente físico contenha o máximo de conforto e funcionalidade.
“Assim que você tira um cavalo da natureza e coloca em um estábulo, está assumindo uma responsabilidade. Um pavilhão de cocheiras funciona como mãe natureza, você controla o meio ambiente e a saúde do animal. Se não for feito corretamente, corre o risco de prejudicar a saúde do animal.’’ (Site, arquitetura equestre, 2022)
O centro equestre é importante pensar na sua funcionalidade, buscando a melhor forma na hora de fazer as instalações das baias, cocheiras, estábulos, sempre oferecendo conforto, abrigo, alimentação, manejo adequado, analisando os melhores materiais a serem utiliza- dos, a boa iluminação, ventilação. Deverá ser um local agradável, atrativo, para os usuários e os cavalos.
Baias
Segundo a arquiteta Diana Brooks, o tamanho ideal de uma baia é de 4 x 4 m e sua porta tem altura mínima de 2.20 por 1.40 m de largura.
As disposições do cocho de ração e água têm que estar em senti- dos opostos para o animal não bocejar ração na água e diminuir assim sua qualidade.
Tipos de layout para as cocheiras, são definidos pela localização do corredor e baia dos cavalos:
Fileira única de Baias
Este tipo de layout fica mais exposto ao ambiente externo.
Desta forma funciona em lugares que não tem estações extremas, pois boa parte da baia fica aberta.
Assim os cavalos estão proximo ao ambiente natural, algo que os deixa mais livre e podendo ficar conectados com o exterior.
(site Arquitetura Equestre, 2022)
Corredor central
Este tipo de layout com corredor no centro é o mais comum para as baias.
Possui cobertura frontal e posterior, protegendo de ventos, chuvas.
Podendo ter portas de acesso para um lado externo ajudando na ventilação e bem estar do cavalo.
(site Arquitetura Equestre, 2022)
Layout tipo ilha, com baias de costas
Este tipo de layout com as baias localizadas como ilha.
Separa a circulação dos cavalos, protege os animais do clima externo, porém as baias ficam com pouca ventilação dentro.
E mesmo que os corredores sejam bem utilizados, este design não é muito funcional.
(site Arquitetura Equestre, 2022)
Layout tipo ilha, com corredor central
Este tipo de layout é composto por um corredor central e dois corredores nas laterais.
As circulações podem ser utilizadas para caminhar com os cavalos em recuperação de lesões.
É um tipo de layout que ocupa maior área construída.
(site Arquitetura Equestre, 2022)
Ventilação / Iluminação
A ventilação e iluminação são fatores determinantes para o bem-estar animal.
A Norma Técnica 15.575, conhecida como NBR de iluminação e ventilação natural, é um documento técnico publicado pela ABNT em 2013 a partir de amplo diálogo com setores da indústria da construção, projetistas e fornecedores.
Este documento determina critérios de desempenho e métodos de avaliação das edificações com base na habitabilidade, segurança e sustentabilidade. Os referenciais que norteiam estes critérios tomam em vista, também, as exigências dos usuários e as condições de exposição da edificação.
É recomendado ter diferentes tipos de aberturas que promovam iluminação e ventilação em três níveis:
- no teto;
- em aberturas acima do nível da parede;
- e nas aberturas laterais (janelas).
Lanternim é uma estrutura, em geral fechada com vidros ou venezianas, instalada nos telhados de galpões, na cumeeira, ou seja, ponto mais alto da edificação.
O lanternim possui aberturas estratégicas para favorecer a ventilação e/ou iluminação naturais nos ambientes internos.
A Ventilação Cruzada (natural ou forçada) é aquela cujas aberturas em um determinado ambiente ou construção são dispostos em paredes opostas ou adjacentes, permitindo a entrada e saída do ar.
Sustentabilidade e Conforto Ambiental
Sustentabilidade
A Sustentabilidade está cada vez mais presente nos projetos arquitetônicos, ela está ligada diretamente ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, utilizando os recursos naturais de forma inteligente. John Elkington é o criador do tripé da sustentabilidade, baseado nos pilares, social, econômico, ambiental e cultural.
Cada um está vinculado a um contexto em que a sustentabilidade é aplicada, porém um depende do outro para se manter.
Garopaba conta com um projeto sustentável, este projeto tem as iniciativas voltadas a sustentabilidade, educação ambiental, impacto positivo e regeneração da região. Promovendo ações, incentivando boas práticas e gerando conteúdo para conscientização da população, turistas, empreendedores e poder público. (site Garopaba Sustentável, 2022).
O objetivo deste projeto é promover o desenvolvimento sustentável a regeneração de Garopaba, contexto urbano inteligente e integrado aos ecossistemas naturais com o menor impacto possível. Pensando no crescimento da cidade de forma sustentável e qualidade de vida a todos.
Alguns métodos sustentáveis serão utilizados no projeto do Centro Equestre, tais como:
(Foto: Centre Raymond Louis Roy pour Formacion en Hotellerie et Ecotourisme, Viva Rio, Haiti)
Baias
Planta Baixa
Planta Cobertura
Corte AA
Corte BB / Fachada Lateral
Fachada Sudeste
Perspectivas

Este estudo de caso é parte do TCC. O documento completo original está no link abaixo.
Click aqui para baixar TCC Centro Equestre Garopaba – Jaqueline Cardozo, arquiteta
Arquitetura Sustentável: Conceito
- Arquitetura Sustentável: Arquitetura Indígena
- Arquitetura Sustentável: Arquitetura Bioclimática
- Arquitetura Sustentável: Arquitetura Vernacular
- Arquitetura Sustentável: Adobe, construção com Terra
- Arquitetura Sustentável: Bioconstrução
- Arquitetura Sustentável: Boas Práticas Construtivas
- Arquitetura Sustentável: Construção em Bambu
- Arquitetura Sustentável: Construção em Terra, Vantagens
- Arquitetura Sustentável: Eficiência Energética
- Arquitetura Sustentável: Fibras Naturais, coberturas, fechamentos, mobiliário…
- Arquitetura Sustentável: Gestão de Resíduos Sólidos, Galpão de Manejo
- Arquitetura Sustentável: Hiperadobe / SuperAdobe
- Arquitetura Sustentável: Tratamento de Água de Piscinas com Ozônio
- Arquitetura Sustentável: Pau-a-pique
- Arquitetura Sustentável: Taipa de Pilão
- Arquitetura Sustentável: Telhado Verde
- Arquitetura Sustentável: Tijolo Ecológico
- Arquitetura Sustentável: Uso de Madeira Plantada na Construção Civil
- Arquitetura Sustentável: Uso e Reuso de Águas Pluviais
- Arquitetura Sustentável: Normas Técnicas / PDCA
- Arquitetura Sustentável: Regulamentos Técnicos
Certificação
- Manual ABNT NBR 15401 Boas Práticas Ambientais – Ambiental (2004)
- Manual ABNT NBR 15401 Boas Práticas Ambientais – Economia (2004)
- Manual ABNT NBR 15401 Boas Práticas Ambientais – Implementação (2004)
- Manual ABNT NBR 15401 Boas Práticas Ambientais – Indicadores (2004)
- Manual ABNT NBR 15401 Boas Práticas Ambientais – Sócio-Cultural (2004)
- Manual ABNT NBR 15401 Boas Práticas Ambientais – Indicadores de Desempenho (2004)
- Manual ABNT NBR 15401 Boas Práticas Ambientais – Guia de Interpretação da Norma Meios de Hospedagem (2004)
Roberto M.F. Mourão / ALBATROZ Planejamento
Para uso e permissões favor contatar: roberto@albatroz.eco.br