Contexto Regional
Fonte: website Amazon Charitable Trust

Mata Ciliar
Área Xixuaú-Xiparina
A Área Xixuaú-Xiparina tem cerca de 182 mil hectares, estando localizada no Estado de Roraima, a cerca de 500 km, a noroeste de Manaus.
O acesso à região, a partir de Manaus, AM, pode ser feito de duas formas:
- Por via fluvial: de barco regional, direto de Manaus;
- Por via terrestre + fluvial:
Saindo de Manaus, cruzando a ponte sobre o Rio Negro, até Manacapuru pela AM-070 (100Km, ~ 1:40h), seguindo para Novo Airão pela AM-352 (103Km, ~ 1:30h); de lá, em barco regional, subindo o Rio Negro, atravessando o Parque Nacional das Anavilhanas e navegando o Rio Jauaperi até a comunidade de Xixuaú.
A Região Xixuaú-Xiparina
A Região Xixuaú-Xiparina é uma área de floresta preservada, contínua. É manejada pelas pessoas que vivem na comunidade Xixuaú, que juntas formaram uma associação com o objetivo de proteger a floresta e garantir sua sobrevivência. Após uma longa campanha das comunidades locais, a região Xixuaú-Xiparina deverá ser formalmente protegida e ampliada para tornar-se a Reserva Extrativista Baixo Rio Branco-Jauaperi.
A Biodiversidade Regional
A região, conhecida por sua rica biodiversidade, possui três tipos de águas: cristalinas (afluentes do Jauaperi), branca (Rio Branco) e negra (Rio Jauaperi e Rio Negro). É composta por florestas inundadas e de terra firme, onde são encontradas 42 espécies de mamíferos, entre as quais pelo menos dez correm perigo de extinção, como onça-parda, ariranha, tatu-canastra, macaco-aranha e peixe-boi, além de quelônios como o cabeçudo, ameaçado pela pesca ilegal. A ictiofauna também é significativa. Por lá são vistos jaraqui, pacu, tucunaré, barbado, piranha, surubim e até peixes ornamentais, caso do acari, bodó-pintado, borboleta e acará-disco. A região abriga, ainda, espécies de flora como açaí, andiroba, buriti, castanheira e taperebá, além de cipó e massaranduba. Entre elas encontram-se plantas medicinais, frutíferas e as que normalmente são utilizadas pelos comunitários para a produção de artesanatos.
Comunidade Xixuaú-Xiparina
A região de Xixuaú-Xiparina é um modelo de conservação e de atividade econômica sustentável de pequena escala, atuando como um ponto de atração na região. Ela reverteu esta tendência localmente, quando um pequeno número de famílias retornou das periferias das cidades vizinhas às suas terras tradicionais, e passaram a se comprometer com a preservação da floresta. Segundo a ACT a região abriga cerca de 700 pessoas em 7 comunidades vizinhas.
Parceria ACT + Viva Rio > Centro de Pesquisa / Ecoturismo Comunitário
Tendo em vista as dificuldades da comunidade em geração de renda e melhoria da qualidade de vida, assim como valorizar os saberes e fazeres da cultura ribeirinha tradicional, mantendo a “floresta de pé” e enfrentar as consequências das mudanças climáticas a comunidade de Xixuaú, com apoio da ong Amazon Charitable Trust procuraram alternativas econômicas e ambientais para a mudança desse cenário negativo.
Neste contexto as organizações não governamentais Amazon Charitable Trust e Viva Rio, resolveram juntar esforços para implementar um centro de pesquisas socioambientais e apoiar o ecoturismo de base comunitária.
Para isso, se fez necessário levantar os recursos necessários e analisar a viabilidade da implementação e operação do centro de pesquisas e de investimentos para aumentar a qualidade e rentabilidade dos serviços turísticos da comunidade de Xixuaú.
Ecoturismo / CoopXixuaú
Desde 2009 a CoopXixuaú gerencia um programa de ecoturismo na Comunidade Xixuaú, oferecendo guias, transporte local e todos os serviços de recepção, hospedagem e cozinha tradicional.
Pequenos grupos de visitantes são hospedados em chalés (malocas) localizados na comunidade, proporcionando a interação do visitante com a população local e a cultura ribeirinha. Essas cabanas possuem quartos duplos, com banheiro.
Durante a estada, não há um programa definido de passeios. Ao chegar, o turista é apresentado ao guia que o acompanhará durante a sua permanência na comunidade e com ele combina, a cada dia, o programa que deseja seguir. Desta forma o visitante pode escolher as atividades, entre caminhar pela floresta, passear de canoa, tomar banho de rio, acompanhar os pescadores na atividade de pesca de subsistência, ou simplesmente descansar.
A maior parte dos passeios e caminhadas dura de 3 a 6 horas. Os moradores da Comunidade exercem atividade de artesanato de bijuterias e pequenos objetos, organizando uma sessão de venda durante a estada.
A duração da estada é definida juntamente com o visitante e inclui a viagem de ida e volta a partir de Manaus, hospedagem, pensão completa, todos os passeios e atividades, conexão internet via satélite. É aconselhado uma permanência mínima de 8 dias.
No pacote está incluída uma contribuição para os projetos de conservação ambiental e atividades de desenvolvimento sustentável da comunidade.
Veja vídeo da viagem de grupo de turistas italianos a Xixuaú: www.youtube.com/watch?v=AtYOA7l7Cdc
Reserva Extrativista Baixo Rio Branco-Jauaperi
Em 2004, foram realizados os primeiros estudos socioambientais para a criação da Resex. A área pretendida possui aproximadamente 634 mil hectares, divididos entre os municípios de Rorainópolis, em Roraima, e Novo Airão, no Amazonas, incluindo a região de Xixuaú-Xiparina. Cerca de 10 dez comunidades tradicionais, 100 famílias, vivem no local e sobrevivem do extrativismo, explorando castanha e fibras, do artesanato e da pesca. Ali correm águas cristalinas, brancas e negras – vindas dos rios Jauaperi, Branco e Negro – e por isso a área registra grande diversidade de plantas, peixes e animais. Açaí, copaíba, buriti, castanha da Amazônia e taperebá são comuns na região.
A campanha para acelerar a assinatura do decreto recebeu apoio de diversas ongs da Rede Rio Negro, incluindo a Associação dos Artesãos do Rio Jauaperi, Fundação Vitória Amazônica, Instituto Socioambiental, Instituto de Pesquisas Ecológicas, Conselho Nacional dos Seringueiros e WWF-Brasil. Ações de mobilização e consulta pública foram realizadas também pelo Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).
A saga dos habitantes de 11 comunidades, com cerca de 100 famílias ribeirinhas, distribuídas ao longo do Rio Jauaperi e Baixo Rio Branco, no sul do estado, teve início em 1990, quando criaram a Associação Amazônia, baseada na comunidade de Xixuaú, para resolver a falta de assistência estatal nas áreas de saúde, educação e apoio para a produção sustentável baseada no extrativismo dos recursos naturais.
O processo de criação da Resex chegou à Casa Civil da Presidência da República em 2007. O processo pouco avançou. Em 2006, o Ministério do Meio Ambiente classificou o interflúvio do Rio Branco com o Rio Jauaperi, em Rorainópolis (RR), como “área prioritária para a conservação de extrema relevância” e se manifestou a favor da criação desta unidade de conservação em 2007, quando deu seu parecer favorável para a criação da área.
Conforme a Rede Rio Negro, a resistência do governo de Roraima pode ter inúmeras razões. “A região proposta para a criação da Resex encontra-se em sua maior porção dentro de Roraima, é uma área essencialmente florestal e, por isso, vista pelo estado como importante para a exploração madeireira”, afirma o ISA. Os planos do governo envolveriam, ainda, a conclusão da chamada “estrada perdida”, um caminho entre a BR-174 (Manaus-Boa Vista) e a comunidade Santa Maria do Boiuçu, às margens do Rio Branco. Parte da obra passaria ao norte da área onde se pretende criar a Resex. Fala-se, inclusive, na criação de assentamentos e de uma rodovia estadual (RR-221) que também cortaria a área da reserva e promoveria a colonização e a expansão da agroindústria.
O Estado do Amazonas se manifestou perante o Ministério do Meio Ambiente favorável à sua criação, mas não tem o apoio do Estado de Roraima, que ‘congelou’ a criação de reservas desde o julgamento da demarcação da Terra Indígena Raposa-Serra do Sol pelo STF, em 2009.
Reserva Extrativista (Resex), segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), é uma área utilizada por populações tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. É de domínio público, na categoria de Uso Sustentável, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais (p.ex. seringueiros).