Bio-educação
Viagem em Barco Regional, Amazônia
Viagem de Vivência e Ação Socioambientais
Rio Negro e Arquipélago das Anavilhanas
New Westminster College, Canadá (2007)

Elaboração e Coordenação: Roberto M.F. Mourão, Albatroz Planejamento, 2006


Objetivo

Realizar Viagem de Vivência e Ação Socioambientais navegando em barcos regionais pelo médio Rio Negro e pelo Arquipélago das Anavilhanas,  na Amazônia Brasileira.

Uma Experiencia de Vida Única 

A viagem foi uma oportunidade de mostrar e vivenciar uma experiência socioambiental tendo como cenário um dos mais importantes e belos rios da Amazônia brasileira e do planeta – o Rio Negro.

Além de navegar e visitar o Arquipélago das Anavilhanas, no médio Rio Negro, um dos maiores arquipélagos fluviais do planeta.

Uma viagem que tem como cenário o ambiente, a natureza e as comunidades tradicionais regionais como protagonistas.

Foram programadas várias práticas regionais como, por exemplo, a coleta e preparo do açaí.

Também foi foram plantadas mudas de árvores, uma pequena mas significativa experiência para quem, no Canadá, está acostumado a ouvir que a “Amazônia está acabando”.  Uma oportunidade para reverter a situação ao invés de propagar informações de que não sabe ao certo.

Além do mais, como foi proposto pela organizadora da viagem – Albatroz Planejamento, uma Ação Social: a construção de uma sala de aula numa comunidade, pelos estudantes. A escola mandou antes recursos para a compra de ferramentas e material – madeira, telhas, pregos, tinta, materiais de uso frequente na região.

Essa é uma viagem por uma região de superlativos, como pode-se ver no texto abaixo.

O Rio Negro

O Rio Negro é o maior afluente da margem esquerda do rio Amazonas, na Amazônia, no Brasil, na América do Sul.

É o sétimo maior rio do mundo em volume de água.

Tem sua origem entre as bacias do rio Orinoco e Amazônica.

Conecta-se com o Orinoco através do canal do Cassiquiare. Na Colômbia, onde tem a sua nascente, é chamado de rio Guainia.

Seus principais afluentes são o rio Branco e o rio Vaupés. Disputa ser o começo do rio Orinoco junto com o rio Guaviare. Drena a região leste dos Andes na Colômbia.

Na foto Amazon Clipper Premium, barco turístico, estilo regional, da Amazon Clipper Cruises ,ideal para conhecer a região com conforto e segurança.

Após passar por Manaus, une-se ao rio Solimões e, a partir dessa união, este último passa a chamar-se rio Amazonas.

Todo ano, com o degelo nos Andes e a estação das chuvas na região Amazônica, o nível do rio sobe vários metros, alcançando sua máxima entre os meses de junho e julho. O pico coincide com o “verão amazônico”.

O nível do rio abaixa até meados de novembro, quando novamente inicia o ciclo da cheia.

Em Manaus, a máxima do rio Negro vem sendo registrado há mais de cem anos, e há um quadro no Porto de Manaus com todos os registros históricos, inclusive o da maior cheia até então, ocorrida em 2012, alcançando, até 21 de maio (antes do início da vazante), a cota de 29,97 metros acima do nível do mar.

Todos os rios da Bacia Amazônica sofrem o mesmo fenômeno de subidas e baixas em seus níveis, comandados pelos dois maiores rios: o rio Negro e o rio Solimões (que, ao se encontrarem, abaixo da cidade de Manaus, formam o rio Amazonas).

A partir de 1º de junho de 2021, esse registro foi superado, alcançando 29,98 metros, chegando, por fim, à nova máxima histórica de 30,02 metros, em 20 de junho de 2021, provavelmente consequência das Mudanças Climáticas.

Arquipélago das Anavilhanas

Anavilhanas é um arquipélago brasileiro situado no leito do Rio Negro.

Possui aproximadamente 400 ilhas, 60 lagos e dezenas de paranás (canais de rio) e furos (caminhos estreitos que atravessam os igapós), formando um imenso labirinto aquático. Está em sua totalidade no Estado do Amazonas.

Estende-se por cerca de 160 km, da montante para a jusante, abaixo da foz do rio Puduari até um pouco acima da foz do igarapé Acajituba. Está legalmente protegido pelo Parque Nacional de Anavilhanas.

Parque Nacional de Anavilhanas

O Parque Nacional de Anavilhanas é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral da natureza localizada no Estado do Amazonas.

Criado em 1981, sua finalidade é preservar o arquipélago fluvial de Anavilhanas bem como suas diversas formações florestais, estimular a produção de conhecimento através da pesquisa científica e promover a valorização da importância do Parque Nacional para conservação através da educação ambiental e turismo sustentável, buscando harmonizar as relações entre as comunidades do entorno e a unidade com ações de bases sustentáveis.

Abrangendo cerca de 400 ilhas, o parque situa-se no rio Negro, próximo ao parque nacional do Jaú.

Foi criado originalmente como estação ecológica, através do Decreto nº 86.061, emitido em 2 de junho de 1981, com uma área de 350 018 ha.

A Lei ordinária nº 11.799, de 29 de outubro de 2008, veio recategorizar a unidade de conservação como parque nacional.

Sua administração cabe atualmente ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A área da unidade é de domínio público. A visitação na unidade é permitida.

Em algumas áreas a visitação requer autorização para ingresso e permanência; a pesquisa científica depende de autorização do órgão responsável (que nesse caso é o ICMBio). Atividades de caça, pesca (tolerada a pesca de subsistência pelas comunidades de entorno), extração de madeira, mineração são proibidas. Não são permitidas alterações em seus ecossistemas (salvo algumas exceções).

Apesar de suas 400 ilhas, Anavilhanas não é o maior arquipélago fluvial do mundo.

O maior arquipélago fluvial do mundo é o Arquipélago de Mariuá, em Barcelos, com aproximadamente 700 ilhas, está próximo, rio acima.

Na região, em área que inclui o Parque Nacional do Jaú, encontra-se o Corredor Central da Amazônia – formado pelas reservas de desenvolvimento sustentável de Mamirauá  e Amanã e o parque do Jaú. É um corredor de biodiversidade com a maior área protegida de mata de várzea do planeta, com 581.550 km2, uma área quase do tamanho de Portugal e Espanha, juntos.

Comunidades Ribeirinhas

Na segunda metade do século XIX, o Brasil, mais precisamente a Amazônia, vivia o auge do chamado ciclo da borracha.

A Revolução Industrial e o desenvolvimento tecnológico fizeram com que a borracha natural, na época um produto exclusivo da região amazônica, se tornasse algo muito valorizado, gerando lucros para quem investia no seu comércio.

Nesse cenário, muitos nordestinos deixaram sua terra natal e foram para a Amazônia para encontrar emprego nas empresas que atuavam com a extração do látex das árvores seringueiras.

Porém, na década de 1950, aconteceu a chamada crise da borracha, que marcou a queda desse mercado no Brasil, gerando crise e desemprego para aqueles que se dedicavam à área.

A falta de políticas públicas fez com que os trabalhadores se espalhassem ao longo dos rios da floresta amazônica, e por lá construíssem suas moradias, se tornando dependentes na natureza.

Suas casas são palafitas, feitas de madeira alguns metros acima do nível do rio, e eles vivem sem energia, água encanada e saneamento básico.

Embora detenham grande conhecimento sobre a fauna e a flora, e saibam utilizar bem as plantas medicinais, essas comunidades convivem com o isolamento econômico e social, continuando à margem de políticas públicas que poderiam lhes garantir mais qualidade de vida.

Os Ribeirinho e os Estrativistas-seringueiros são habitantes tradicionais das margens dos rios, que vive com as condições oferecidas pela própria natureza, adaptando-se aos períodos das chuvas, que têm em sua cultura, a pesca artesanal como principal atividade de sobrevivência, mas também podem praticar cultivo de pequenos roçados, extrativismo vegetal e, mais recentemente, o ecoturismo.

Em 2007, as Comunidades ou Povos Tradicionais, entre elas os ribeirinhos, foram reconhecidas oficialmente pelo Governo Federal do Brasil (decreto 6.040 de 7 de fevereiro), que define:

“são tradicionais os povos que mantêm um modo de vida intimamente ligado ao meio ambiente em que vivem de recursos naturais.”

No Brasil, através da política de desenvolvimento sustentável das comunidades tradicionais – Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais – PNPCT, o governo ampliou o reconhecimento que havia sido feito parcialmente na Constituição de 1988, agregando aos indígenas e aos quilombolas, outros povos tradicionais, a saber:

  • caiçara;
  • castanheira;
  • catador de mangaba;
  • cigano;
  • retireiro;
  • cipozeiro;
  • extrativista;
  • faxinalense;
  • fecho de pasto;
  • geraizeiro;
  • ilhéu;
  • isqueiro;
  • morroquiano;
  • pantaneiro;
  • pescador artesanal;
  • piaçaveiro;
  • pomerano;
  • terreiro;
  • quebradeira de coco-babaçu;
  • seringueiro;
  • vazanteiro; e,
  • veredeiro.

Clique nesse link para download a apresentação em pdf: Viagem de Vivência e Ação Socioambientais: Rio Negro e Anavilhanas

 


               
Viagem de Vivência e Ação Socioambientais
Rio Negro e Arquipélago das Anavilhanas
New Westminster College, Canadá (2007)

 

Fontes
– fotos e mapas: © Wikipedia, Roberto M.F. Mourão, Amazon Clipper Cruises
–  portal Albatroz, Planejamento
–  website ICMBio
–  Wikipedia

 

Roberto M.F. Mourão / ALBATROZ Planejamento
Para uso e permissões favor contatar: roberto@albatroz.eco.br

 

 

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