Bio-educação
Prática de Campo Biotours
Projeto Tamar, Pipa, RN (2018)
Objetivo
Vivenciar na prática o dia a dia de biólogos do Projeto Tamar na Praia de Pipa-RN por meio de estudos e atividades sobre a conservação e manejo de tartarugas marinhas.
Os alunos, juntamente com a equipe do Projeto Tamar, estarão nas praias para proteger os locais de desova, garantir que os filhotes possam nascer em segurança e coletar dados para a conservação desses animais.
Justificativa
Bio-educação ambiente como cenário, sujeitos protagonistas.
A Constituição Federal, ao consagrar o Meio Ambiente ecologicamente equilibrado como um direito do cidadão, estabelece vínculo entre qualidade ambiental e cidadania.
Para garantir a efetividade desse direito, a Carta Magna determina como uma das obrigações do Poder Público a promoção da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública.
A Biotours, ciente da importância da Bio-educação, promove cursos práticos, com alunos universitários de biologia e de cursos afins, onde a prática de campo é vivenciada.
Programação
Saída de Bauru as 00:00 h.
- 1º dia
Chegada na pousada e conversa sobre a programação.
- 2º dia
Café da manhã, passeio em Pipa, almoço, aula teórica, retorno à pousada, jantar e aula prática com Tamar.
- 3º dia
Café da manhã, aula teórica no Santuário, almoço, aula teórica, retorno à pousada, jantar e aula prática com Projeto Tamar.
- 4º dia
Café da manhã, aula teórica no Santuário, almoço, abertura pública dos ninhos, retorno à pousada, jantar e aula prática com Tamar.
- 5º dia
Aula prática na praia com Projeto Tamar com café da manhã, almoço, recolhimento dos ninhos, encerramento, retorno à pousa e noite livre.
- 6º dia
Café da manhã e dia livre.
Retorno à Bauru as 00:00 h
Incluído
- Hospedagem
- Café da manhã e Almoço
- Passeio em Pipa
- Guia acompanhante
- Seguro Viagem
- Entrada Santuário
- Curso certificado com Projeto Tamar
- Brindes Projeto Tamar
Santuário Ecológico
Tel. (84) 3201-2007
Cel. (84) 99982-8044
Emali: davidmhassett@outlook.com
A criação do Santuário Ecológico
A Chácara do Madeiro é ao mesmo tempo um monumento histórico, uma reserva ecológica e um laboratório do futuro.
Foi aqui que em 1980 o Sr. Charles Capelle, engenheiro elétrico responsável pelo projeto Itaipu, se refugiou para escapar dos males da civilização e tentar estabelecer uma vida mais equilibrada, baseada na auto-sustentação.
Desde o século XVI a área tem sido visitada por procuradores de madeira – uma das matas locais ainda exibe o nome “Mata do Pau-Brasil”. No século XIX fazia parte da fazenda do João Armógenas, cujos últimos escravos (Dona Joaquina e Dona Antonia) faleceram faz poucos anos em Pipa. Mais recentemente o Madeiro entra nas mão da família local Borges, que arrenda a área para a plantação de roçado e pasto de gado. Só desde 1976 que a mata começa a se recuperar e demorará muitos anos até alcançar a nobre altura da floresta antiga.
Na época em que o Sr. Charles se instalou, a praia da Pipa ainda não tinha rede de energia nem agua, às vezes faltava até comida, mas com o espírito de aventura ele encontrou soluções originais para todos os problemas, como você verá.
Enquanto cultivava seu jardim de orquideas e árvores miniaturas se dedicou à confecção de finas obras de arte, algumas das quais estão a mostra Museu que traz o seu nome.
Atualmente a Chácara é local de uma intigrante experiência científica: o treinamento e soltura de animais silvestres para recompor a antiga fauna da região (reintrodução controlada).
Para tal se tem o apoio do Centro de Recuperação e Reintrodução de Animais Silvestres (CERRAS) em Natal, e de uma equipe de voluntários dedicados.
Para não prejudicar essa experiência e não pertubar a harmonia ecológica da área pedimos ao visitante para respeitar as poucas regras que colocamos no verso da senha de ingresso, com o título “Código de Comportamento na Mata”.
O Santuário Ecológico de Pipa possui 3 setores e 16 trilhas abertas ao público, cada uma com diferentes objetivos e atrações.
Ciclo de Nascimento das Tartarugas / Projeto Tamar
Acasalamento
O acasalamento ocorre no ambiente marinho, em águas profundas ou costeiras. Para algumas espécies,o acasalamento ocorre próximo às áreas de desova. Fêmea e macho se encontram e o namoro começa com algumas mordidas no pescoço e nos ombros.
A cópula pode durar várias horas. Os machos agarram-se a elas sobre o casco, utilizando as longas garras das nadadeiras anteriores e posteriores.
Os machos brigam pela oportunidade da cópula, sendo comum que os ovos de uma mesma fêmea sejam fecundados por mais de um deles.
A fecundação é interna.
Seleção das Praias para Desova
Para desovar, as fêmeas geralmente procuram praias desertas e normalmente esperam o anoitecer, pois as tartarugas marinhas são animais ectotérmicos (a temperatura corpórea varia conforme a temperatura ambiente) e, portanto, a exposição prolongada ao sol intenso e calor da areia podem prejudicar a saúde destes animais. Além disso, a escuridão da noite as protege de vários perigos. As tartarugas escolhem um trecho da praia acima da linha das marés para construir a cama e o ninho.
Para desovar, as fêmeas geralmente procuram praias desertas e normalmente esperam o anoitecer, pois as tartarugas marinhas são animais ectotérmicos (a temperatura corpórea varia conforme a temperatura ambiente) e, portanto, a exposição prolongada ao sol intenso e calor da areia podem prejudicar a saúde destes animais.
Além disso, a escuridão da noite as protege de vários perigos. As tartarugas escolhem um trecho da praia acima da linha das marés para construir a cama e o ninho.
Cama
Com as nadadeiras anteriores, removem grande quantidade de areia, em um espaço cujo diâmetro varia de espécie para espécie.
Esta área que a fêmea escolhe para iniciar a confecção do ninho é chamada de “cama”.
Elas podem fazer várias camas até encontrar o local mais adequado para fazer o ninho e colocar os ovos.
Ninho e Postura
Feita a cama, cavam com as nadadeiras posteriores um buraco para o ninho com cerca de meio metro de profundidade. Esse comportamento de postura varia de acordo com a espécie em relação à profundidade do ninho.
Dependendo da espécie, cada fêmea pode realizar de três a 13 desovas em uma mesma temporada de reprodução com intervalos que variam entre nove e 21 dias.
Os ovos são esféricos, do tamanho de uma bolinha de tênis de mesa e têm casca calcária flexível, o que evita sua quebra no momento da postura. Cada ninho contém, em média, 120 ovos. A maior espécie, a Dermochelys coriacea, costuma formar ninhos com 60 a 100 ovos. Outras espécies menores chegam a colocar entre 150 a 200 ovos.
Incubação
Depois da postura, a fêmea volta para o mar. O calor da areia é responsável pelo desenvolvimento dos embriões dentro dos ovos. A determinação do sexo dos filhotes depende da temperatura de incubação: temperaturas altas (acima de 30 ºC) produzem mais fêmeas; temperaturas mais baixas (abaixo de 29 ºC) produzem mais machos.
Nas áreas monitoradas pela Fundação Projeto Tamar, os ninhos são marcados com estacas que servem para proteger e para sinalizar de forma que tartarugueiros e pesquisadores possam registrar importantes informações para a conservação das tartarugas marinhas. Onde há estacas, não mexa, não remova, não passe por cima. Respeite a vida!
Nascimento
Os filhotes rompem os ovos e nascem após um período de incubação que varia entre 45 e 60 dias, dependendo do calor do sol, do sombreamento e do regime de chuvas e maré onde os ovos foram depositados.
Em movimentos sincronizados, os filhotes emergem em conjunto, retirando a areia, até alcançarem a superfície do ninho e correrem em grupo, imediatamente, para o mar.
A saída do ninho ocorre quase sempre à noite, estimulada pelo resfriamento da temperatura da areia. Nessa hora, são menores as chances de serem atacados por predadores.
Eventualmente, num dia nublado ou chuvoso, pode ocorrer o nascimento durante o dia, por conta do resfriamento da areia. Para chegar ao mar, os filhotes se orientam pela luminosidade do horizonte.
Sobrevivência
A única possibilidade das fêmeas para proteger os filhotes é a camuflagem do ninho, antes de retornarem ao mar. As tartaruguinhas já nascem independentes, mesmo sendo tão pequenas e frágeis, medindo apenas entre 3,5cm e 4cm de comprimento de casco.
Muitas são devoradas por siris, aves marinhas, polvos e principalmente peixes. Outras morrem de fome ou doenças naturais. Estima-se que de cada mil filhotes que nascem, apenas um ou dois atingem a idade adulta. Mas, quando isso acontece, poucos animais conseguem ameaçar as tartarugas, à exceção de tubarões, orcas, onças pintadas – e o homem.
Projeto Tamar em Pipa
O Projeto Tamar começou sua atuação no Rio Grande do Norte em Pipa, no ano 2000.
De lá para cá as ações cresceram e se espalharam por 42 km de praias monitoradas.
A Pipa concentra a maior parte dos ninhos localizados, mas a área total hoje abrange desde a Barreira do Inferno, em Natal, até o município de Baía Formosa, na fronteira com a Paraíba.
Os profissionais do Tamar monitoram a desova das tartarugas e trabalham para proteger os ninhos para aumentar as chances de que os filhotes possam chegar ao mar quando os ovos – que ficam enterrados na areia – eclodem.
Abertura de ninhos soltura de tartarugas em Pipa
Roberto M.F. Mourão / ALBATROZ Planejamento
Para uso e permissões favor contatar: roberto@albatroz.eco.br