APA Municipal Marinha da Baia de Paraty
Ordenamento Turístico
Rota dos Passeios de Escunas da Baia de Paraty
Coordenação / Elaboração Estudo de Caso: Roberto M.F. Mourão, ALBATROZ Planejamento, 2019
Apoio
Histórico
Lado B.1
No final de 2019, participando, como ouvinte, das reuniões da APA Municipal Marinha da Baia de Paraty, recebemos convite, da então diretora da unidade de conservação municipal, Mônica Nemer, para elaborar uma análise das rotas dos passeios turísticos das escunas e outras embarcações pelas praias e ilhas da Baia de Paraty, com vista em seu ordenamento.
A equipe da empresa Albatroz Planejamento, tendo estabelecido, entre 2011 e 2014, a Capacidade de Carga Turística da Região Trindade-Juatinga, contratado pela ong SOS Mata Atlântica, com recursos da Associação Cairuçu, patrocinada pelo Condomínio Laranjeiras.
Esse trabalho foi, infelizmente, “engavetado” devido ao relatório preliminar não agradar e não ter sido aprovado pelo Conselho do Condomínio Laranjeiras. A coordenação do projeto tentou se reunir com a administração do condomínio para estabelecer parâmetros e explicar como se dá o processo de determinação de capacidade de carga ou de suporte turística, sem sucesso. A tentativa em fazer uma reunião com um grupo, menor, seleto, indicado pelo Conselho do condomínio, informando sobre o processo e a forma de gestão do capacidade de carga das praias de Laranjeiras, não foi aceita e a orientação foi de simplesmente apresentar o resultado. Resultado: desastre!
A organização SOS Mata Atlântica proibiu, o então chefe da Reserva Ecológica da Juatinga, Sr. Rodrigo Rocha, coordenador ambiental do projeto, de utilizar o documento, mesmo tendo sido gasto recursos financeiros e humanos em trabalho de meses a fio, com equipes trabalhando intensamente em gabinete e campo, assim como inúmeros diálogos com atores e grupos de interesse regionais e analistas ambientais de unidades de conservação regionais, tais como a APA Cairuçu, o Parque Nacional da Bocaina, entre outras no âmbito do Mosaico Bocaina de Unidades de Conservação, para ajustar parâmetros, restrições e permissões ao longo das rotas dos passeios turísticos.
Lado B.2
Como comentado anteriormente, iniciamos os trabalhos em parceria e de forma voluntária e a convite da APA Municipal da Baia de Paraty. Foram preparadas planilhas e esboçados procedimentos e se iniciaram os trabalhos de campo a começar pela Praia Vermelha, dia 15 de dezembro de 2018, sábado.
Porém, sem nenhuma comunicação prévia, fomos a uma das reuniões da APA Marinha e, surpresos, tomamos conhecimento de que um grupo liderado pela Sra. Fernanda Ravanholi, diretora da empresa Quintal das Flores, especializada em paisagismo e práticas integrativas, ex-servidora na Prefeitura Municipal de Paraty (2013-2014). Pelo pouco que se sabe, essa empresa conseguiu recursos para contratar a Bioconnect Engenharia Ambiental, com supervisão da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em 24 de abril de 2020 foi apresentado o “Estudo de Capacidade de Suporte das Atividades Associadas ao Turismo Náutico Local“.
Tivemos acesso a este estudo e nossa opinião é de ser um texto acadêmico, o que é de se esperar com o envolvimento de duas universidades.
Caótico, prolixo, sem bases ao único método brasileiro de determinação de capacidade de carga turística – Roteiro Metodológico para o Manejo de Impactos da Visitação, do ICMBio. Não tem clareza e praticidade de aplicação, mais parecendo uma tese de mestrado que aconselhamos tomar conhecimento, analisar e aproveitar algumas informações que possam vir a ser relevantes em reestudo, mas não aplicável.
Praia Vermelha
Bela praia com areias avermelhadas, com acesso apenas por barco, sendo um dos pontos de parada das escunas. Foi escolhida para iniciar o projeto por sua proximidade e por ser uma das mais visitadas.
É uma praia que pode-se classificar como “praia rasa”, tipo de praia mais comum no Brasil. As praias rasas receberam esse nome porque começam rasas e vão ganhando profundidade conforme a distância. Ao contrário da “praias de tombo”. Ou seja, quanto mais você adentra nelas, mais profundas elas ficam, aos pouco. Além disso, nesse tipo de praia as ondas quebram mais ao fundo e os canais, perigosos, quando existem, podem ser vistos e identificados com relativa facilidade.
Com um belo visual, a Praia Vermelha, possui uma espaçosa faixa de areia clara e mar tranquilo de águas transparentes, ótimo para o banho. De boa extensão, pouco menos de 500 metros, de largura média entre 20 e 25 metros, dependendo da maré, com grande quantidade de árvores, onde é possível descansar à sombra das amendoeiras.
A ponta esquerda da praia é a mais preservada e menos ocupada e o que se vê é apenas natureza, possuindo algumas pitangueiras. A praia conta com opções de bares, restaurantes e quiosques que servem petiscos, pratos e bebidas, além de fornecerem mesas e cadeiras à beira mar, banheiro e até chuveiro de água doce.
O Roteiro Metodológico para o Manejo de Impactos da Visitação, foi desenvolvido pelo ICMBio para espaços turísticos em unidades de conservação, em especial trilhas de caminhadas.
Por esse motivo a utilização do método em praias tem de ser ajustado uma vez que, no caso do turismo de passeios de escuna em Paraty, o espaço ocupado pelo visitante se divide parte na areia e parte na zona de arrebentação, no entorno das embarcações. Nesse espaço os turistas nadam, seguros, com flutuadores “espaguete”. Somente a chegada e a concentração de escunas numa mesma praia, nas manobras de fundeio, apesar do cuidado e experiência dos tripulantes, pode trazer certo risco às pessoas.
Pesquisa / Método Aplicado
Apesar desses contratempos, para o bem do turismo em Paraty, relatamos a seguir, até onde foi possível executar, os trabalhos desenvolvidos e seus resultados até a suspensão de nossas atividades, pelos fatos retro relatados, que acreditamos que possam ser úteis futuramente.
Paraty Turístico
A cidade se destaca pela grande diversidade cultural e natural, além das características indígenas, africanas, caiçaras que compõem os bens culturais da cidade e a utilização sustentável dos povos tradicionais do mar e da terra.
A área possui cerca de 85% da cobertura vegetal nativa bem conservada, formando a maior remanescente florestal do bioma da Mata Atlântica. A região possui também diversas espécies raras com fisionomias diferentes e uma flora e fauna únicas no país.
Paraty, Patrimônio Natural e Cultural da Humanidade (Unesco), integra a chamada Costa Verde do estado do Rio de Janeiro e está cercada por quatro grandes áreas de conservação, bem no coração da Mata Atlântica.
São 65 ilhas e cerca de 60 pequenas praias para descobrir na Baía de Paraty.
Pequenas ou extensas, selvagens ou visitadas, as ilhas e praias da baía formam um cenário idílico de águas cristalinas e verde esmeralda, cercadas por florestas.
Baia de Paraty
As melhores praias estão localizadas nas dezenas de ilhas da baia de Paraty, cujo acesso se faz através de passeios de escuna ou alugando barcos que ficam a disposição no píer da cidade.
Justificativa
A necessidade de ordenamento turístico se dá principalmente por três motivos principais:
- excesso de embarcações turísticas ou particulares que em geral se concentram em um número reduzido de praias e ilhas;
- falta de ordenamento turístico e de fiscalização pelas autoridades ambientais e administrativas;
- falta de regras e normas comportamentais que orientem empresas e usuários nos passeios.
Esses motivos justificam a necessidade de definir e implementar um projeto de Ordenamento Turístico das Praias da Rota das Escunas de Passeios, baseado em critérios de boas práticas e definição da Capacidade de Carga ou Suporte Turístico.
Objetivo
Este projeto tem por objetivo orientar o preenchimento das planilhas de pesquisas e informar onde serão utilizados os dados coletados nas visitas técnicas para Ordenamento Turístico das Praias da Rota das Escunas de Passeios tendo em vista a determinação da Capacidade de Carga Turística.
Os Passeios Náuticos na Rota das Escunas
As Rotas das Escunas em geral têm 4 paradas: 2 praias e 2 ilhas, com duração entre 30 a 40 minutos, onde os turistas podem relaxar, nadar, fazer snorkeling ou descansar na praia.
Almoço e lanches (opcionais) são oferecidos pelas embarcações, que também contam com bote de apoio, espaguete de flutuação, ducha de água doce a bordo; banheiro e máscaras e snorkel (cortesias ou aluguel opcional).
As Rotas das Escunas se concentram principalmente nas mesmas praias por razões que associam fundo de areia, balneabilidade e distância do Cais Turístico de Paraty.
Essas rotas, associadas ao fato de que os passeios saem do cais praticamente no mesmo horário, em geral entre 10:00h e 11:00h, em passeios que duram cerca de 5 horas, retornando a Paraty por volta das 17:00h.
Rotas / Praias e Ilhas Visitadas
Ordenamento Turístico / Capacidade de Manejo da Visitação
O Ordenamento Turístico deve ser entendido como um plano que define a estratégia de desenvolvimento sustentável do setor do turismo e o modelo territorial a se adotar e que tem por vocação fundamental agregar os esforços e iniciativas das administrações públicas regional e local e de toda a sociedade.
A Capacidade de Manejo (CM) deve ser objeto de negociação dos gestores com os diversos atores e grupos de interesse regionais, uma vez que as responsabilidades terão de ser compartidas, devendo ser considerados:
- Infraestrutura e Instalações;
- Pessoal;
- Equipamentos;
- Facilidades;
- Segurança;
- Comunicação.
Na Capacidade de Manejo são relacionados os recursos, medidos em percentagem, sendo definida pela elaboração de duas listagens, sugeridas pelos consultores e gestores:
- Quantidade Necessária (QN) que são todos os recursos humanos, de equipamentos e de infraestrutura necessários para a implementação de toda a área protegida.
- Quantidade Disponível (QD) identificam-se os recursos disponíveis de acordo com a lista de recursos que se adota como necessários.
A CM será igual à porcentagem da QD em relação à QN: CCE = CCR x (CM ÷ 100)
Destino Turístico
Antes de avançar na questão da determinação da Capacidade de Carga Turística, temos de entender o que significa Destino Turístico.
Um Destino Turístico é um local ou região que atrai visitantes devido a suas atrações, cultura, belezas naturais, história, ou outras características que oferecem experiências únicas e agradáveis.
Esses destinos podem variar amplamente em termos de tipo e escala, e podem incluir:
1. Cidades e Regiões Urbanas
Locais com atrações culturais, históricas, comerciais e de entretenimento, como Paris, Nova York ou Rio.
2. Praias e Ilhas
Destinos conhecidos por suas belezas naturais e atividades recreativas, como as Ilhas Maldivas, Ilha Grande ou Fernando de Noronha.
(foto: FotosIncriveis.com.br)
3. Montanhas e Áreas de Natureza
Regiões famosas por suas paisagens naturais e oportunidades para atividades ao ar livre, como o Parque Nacional de Yellowstone ou Serra da Bocaina
4. Locais Históricos e Culturais
Áreas com patrimônio histórico significativo, como Roma, Atenas, Machu Picchu ou Paraty.
5. Destinos de Lazer e Entretenimento
Locais com atrações específicas, como parques temáticos (Disney World, Universal Studios) ou destinos de esportes (como Aspen para esqui).
6. Destinos de Bem-Estar e Saúde
Locais focados em relaxamento e saúde, como spas e centros de bem-estar..
7. Comunidades Tradicionais e Vilarejos
Pequenas localidades que oferecem uma experiência mais autêntica e tranquila, como cidades pitorescas.
A gestão de um destino turístico envolve promover o local, preservar suas características únicas e garantir que a experiência dos visitantes seja positiva, equilibrando o turismo com a conservação dos recursos e o respeito à cultura local.
O Monitoramento da Visitação Turística é um processo que envolve a coleta e análise de dados sobre a frequência e o comportamento dos turistas em um determinado Destino Turístico. Entendendo que o Destino Turístico
Monitoramento e Ajustes
Esse monitoramento pode ter vários objetivos, incluindo:
1. Avaliação de Impacto
Entender como o turismo afeta o meio ambiente, a economia local e a cultura. Isso ajuda a minimizar impactos negativos e a promover um turismo sustentável.
2. Gestão de Fluxos
Controlar e gerenciar o número de visitantes em pontos turísticos para evitar superlotação e garantir uma experiência agradável para os turistas, além de proteger as atrações e infraestruturas.
3. Planejamento e Desenvolvimento
Auxiliar no planejamento de melhorias na infraestrutura, serviços e ofertas turísticas, com base nas preferências e no comportamento dos visitantes.
4. Segurança e Saúde
Monitorar a segurança e o bem-estar dos turistas, garantindo que haja medidas adequadas para lidar com emergências e situações de saúde pública.
5. Marketing e Promoção
Coletar dados sobre o perfil dos turistas para direcionar campanhas de marketing e promover o destino de forma mais eficaz.
Para realizar o monitoramento, podem ser utilizadas diversas ferramentas e técnicas, como pesquisas de opinião, análise de dados de bilheteiras e entradas, sensores de contagem de visitantes, aplicativos móveis e feedback nas redes sociais. O objetivo final é melhorar a experiência turística e promover um desenvolvimento sustentável do destino.
Métodos de Determinação de Capacidade de Carga
Capacidade de Carga de Espaços Turísticos
Existem vários métodos para regular gestão de visitantes em áreas que recebem visitantes ou mesmo profissionais, sejam estas públicas ou particulares, destacando-se:
- CCT Capacidad de Carga Turistica / Capacidade de Carga (ou Suporte) Turística
- VIM Visitor Impact Management / Manejo do Impacto da Visitação
- LAC Limits of Acceptable Change / Limites Aceitáveis de Câmbio (ou de Mudança)
Estes e outros métodos foram desenvolvidos para atender interesses ou especificidades de departamentos ou, até, países.
A determinação da capacidade de carga é uma ferramenta de planejamento que proporciona uma aproximação com a intensidade do uso de áreas destinadas para uso público que apoia e exige decisões de gestão.
O cálculo é feito através de um processo complexo que deve considerar uma série de fatores:
- ecológicos;
- economicos;
- físicos;
- operacionais;
- sociais;
- econômicos;
- culturais.
Capacidade de Carga de Espaços Turísticos
Existem vários métodos para regular gestão de visitantes em áreas que recebem visitantes ou mesmo profissionais, sejam estas públicas ou particulares, destacando-se:
- CCT Capacidad de Carga Turistica / Capacidade de Carga (ou Suporte) Turística
- VIM Visitor Impact Management / Manejo do Impacto da Visitação
- LAC Limits of Acceptable Change / Limites Aceitáveis de Câmbio (ou de Mudança)
Estes e outros métodos foram desenvolvidos para atender interesses ou especificidades de departamentos ou, até, países.
A determinação da capacidade de carga é uma ferramenta de planejamento que proporciona uma aproximação com a intensidade do uso de áreas destinadas para uso público que apoia e exige decisões de gestão.
O cálculo é feito através de um processo complexo que deve considerar uma série de fatores:
- ecológicos;
- economicos;
- físicos;
- operacionais;
- sociais;
- econômicos;
- culturais.
Capacidade de Carga Turística (CCT)
“Capacidade de Carga Turística é o número máximo de visitas num determinado período de tempo (dia, mês, ano) que uma área pode suportar, antes que ocorram alterações no meio físico e social”. (Elizabeth Boo, Ecotourism The Potentials and Pitfalls, 1990)
Tipos de Capacidades de Carga e suas Características
- Ambiental: o número de visitantes que pode ser acomodado antes que se iniciem os danos ao ambiente ou ao ecossistema.
- Econômica: o número de visitantes que pode ser recebido antes que a comunidade local comece a sofrer problemas econômicos.
- Física: o número de visitantes que um lugar pode acomodar fisicamente.
- Operacional: o número de visitantes que podem ser atendidos pela infra-estrutura da localidade.
- Perceptiva: o número de visitantes que um lugar pode receber antes que a qualidade da experiência comece a ser afetada negativamente.
- Social: o número de visitantes acima das quais ocorrerá perturbação social ou prejuízo cultural irreversível.
Métodos de Cálculo de Capacidade de Carga ou de Suporte Turístico
Existem vários modelos de planejamento da recreação e de gestão dos impactos da visitação em áreas naturais de maior difusão e aplicação na atualidade.
Esses métodos, desenvolvidos a partir de 1979 pelo Serviço Florestal norteamericano (US Forest Service), quando foi desenvolvimento o método Dispersão das Oportunidades de Recreação (Recreation Opportunities Spectrum – ROS), foram adaptados ou elaborados para atender as necessidades específicas de instituições e/ou países.
Limitantes Críticas
Às vezes, a existência de Limitantes Críticas será o determinante da capacidade de suporte final de um espaço turístico.
Mesmo que o espaço físico turístico disponível e outras variáveis permitam um maior fluxo de visitantes como numa praia, certos eventos ecológicos – p.ex. aves que nidificam na trilha de acesso à praia, podem vir a limitar substancialmente as visitas permitidas pelo cálculo da CCT.
Se o cálculo da capacidade de carga de uma trilha que dá acesso a uma praia seja 50 visitas/dia no periodo de nidificação de aves, mesmo que a praia comporte 300 visitas/dia, a trilha é fator limitante da praia, uma vez que estes atrativos estão associados fisicamente.
Ou seja, se a infraestrutura turística ‘trilha-praia’ forma um complexo interconectado com acesso único, é necessário que a capacidade de carga turística do complexo seja determinada pela estrutura de menor capacidade real, pois do contrário, haverá sobrecarga na trilha.
Piscina do Cachadaço, Trindade, Paraty
Um bom exemplo de Limitante Crítica refere-se à Piscina do Cachadaço (ou Caxadaço), em Trindade.
Uma das mais famosas atrações de Paraty, a Piscina Natural do Cachadaço está entre as prediletas dos turistas que visitam a Vila de Trindade. A piscina é formada por uma área de mar protegida por grandes pedras. A profundidade na maior parte não ultrapassa um metro. Para um mergulho mais profundo, deve-se ultrapassar a barreira de pedras.
A Piscina do Cachadaço está localizada no final da Praia do Cachadaço. Para chegar ao local, será necessário fazer uma pequena trilha de 30 minutos que passa pela Praia do Meio e Praia do Cachadaço. O acesso não é tão fácil e pessoas com problemas de locomoção podem encontrar dificuldades para enfrentar as pedras e lamas no final do trajeto.
Quem preferir, poderá escolher fazer o percurso de barco a partir da Praia do Meio ou da Praia dos Ranchos, as duas em Trindade. O custo da viagem varia entre R$10 e R$20 (junho 2024) e demora cerca de 5 minutos. Para subir e descer do barco, será necessário entrar na água e levar seus objetos protegidos.
Na Piscina do Cachadaço, não há uma grande porção de areia, por isso as pessoas costumam deixar os seus pertences nas pedras. A praia é ponto certo de parada, exatamente por isso costuma ser muito cheia nos finais de semana de sol. Caso queira fugir do movimento e aproveitar a piscina com toda a calma que ela merece, fuja dos sábados, domingos e feriados.
Uma forma de evitar a superlotação (atualmente conhecido pela expressão “overtourism“), seria o controle de acesso que se faz por uma curta trilha. Como se trata de uma área dentro dos Parque Nacional da Serra da Bocaina, em feriados prolongados, feriadões, a administração da unidade de conservação, com ajuda de voluntários uma vez que seu contingente é reduzido, com excessiva carga de trabalho, poderia exercer o controle desse concorrido espaço turístico. Com certeza a experiência do visitante seria de melhor qualidade e causaria menos impacto ambiental, tanto na trilha como na piscina.
Porém, para uma melhor solução para controlar o acesso à Piscina do Cachadaço passa pela necessidade de que a associação de barqueiros local, autorizada a fazer o transporte em pequenas lanchas, seja parceira da proposta.
Roteiro Metodológico para o Manejo de Impactos da Visitação (ICMBio)
No Brasil, em 2011, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), desenvolveu o método “Roteiro Metodológico para o Manejo de Impactos da Visitação“, com enfoque na Experiência do Visitante e na Proteção dos Recursos Naturais e Culturais.
O método tem como referências os métodos:
- CCT Capacidade de Carga Turística (em Áreas Protegidas)
- LAC Limite Aceitável de Câmbio
- ROS ou ROVAP Rango de Oportunidades para Visitantes em Áreas Protegidas
- VERP The Visitor and Resource Protection Framework
- VIM Visitor Impact Management.
Ordenamento Turístico
Rota dos Passeios de Escunas da Baia de Paraty
Para realizar o Ordenamento Turístico da Rota dos Passeios de Escunas e outras embarcações da Baia de Paraty será utilizado o Roteiro Metodológico para o Manejo de Impactos da Visitação, do ICMBio, complementado por critérios operacionais baseados no método de Miguel Cifuentes, respeitando limitantes críticas e planilhas de monitoramento de impactos sociais e biofísicos adaptadas para praias e ilhas.
Priorização e Diagnóstico das Atividades de Visitação
Com base no Roteiro Metodológico para Manejo de Impactos da Visitação, com Enfoque na Experiência do Visitante e na Proteção dos Recursos Naturais e Culturais, 2011 (disponível no site do ICMBio), procedemos a priorização e diagnóstico das atividades de visitação.
Uma importante etapa do trabalho tem o objetivo de priorizar e descrever os lugares/atividades que serão objeto do Manejo de Impactos da Visitação. Essa priorização pretende classificar as atividades e os lugares de visitação por ordem de importância para o manejo. Em Unidades de Conservação que ofereçam diversas atividades de visitação e há condições insuficientes para manejo de todas, a priorização indicará aquelas com maior urgência para a mitigação dos impactos.
Nesse processo deve-se considerar as afirmações abaixo, assinalar as que mais se adequam à praia em análise, que serão utilizadas para se calcular os Números Balizadores da Visitação (NBVs):
Número Balizador da Visitação (NBV)
O Número Balizador da Visitação (NBV) não é um número fixo, ele variará de acordo com as mudanças nas Condições de Manejo da Visitação (MV). Deverá ser utilizado como um elemento orientador e auxiliar ao Manejo de Impactos da Visitação nas Unidades de Conservação.
O NBV será́ estabelecido em função das condições de manejo da visitação existentes na UC e requeridas para cada atividade/lugar de visitação priorizada, tais como:
- espaço físico;
- serviços;
- equipamentos;
- infraestrutura;
- segurança;
- número de servidores vinculados à visitação;
- dentre outros.
Pesquisa de Campo / Planilhas / Instruções
Para possibilitar as análises e determinação da CCT, foram desenvolvidas Planilhas para preenchimento em campo pelos voluntários-técnicos, com um Manual de preenchimento com as seguintes instruções:
Preencher os dados do Pesquisador com e-mail e celular;
- Preencher a Data, informando o dia da semana, a hora da pesquisa e se é feriado;
- Informar as Condições Climáticas do dia na hora da pesquisa;
- Informar o nome da Praia, sua largura média e comprimento (verificável pelo Google Earth);
- Informar quais Atividades os visitantes utilizam a praia – podendo ser mais de uma;
- Informar quantas, tipos e o tamanho/capacidade das Embarcações no momento da pesquisa. Lembrando que durante o período da pesquisa, várias planilhas deverão ser preenchidas, conforme passam as horas. Caso você não saiba o tamanho/capacidade das embarcações, anote o nome das embarcações no verso da planilha pois temos condições de obter essas informações com a Capitânia dos Portos, com a Prefeitura ou com as associações de barqueiros;
- Para posterior cálculo da Capacidade de Carga, priorize a praia pelos critérios, assinale os impactos evidentes e informe a zona onde se localiza o espaço turístico;
- Informe os Indicadores Biofísicos e Sociais, por meio dos Indicadores e Verificadores observáveis, atribuindo valores numa escala de ocorrências considerando como referência não = zero, pouco = de 1 a 3 e muito = 4 a 5. Utilize o verso da planilha para anotações e comentários que julgar relevante.
Indicadores Biofísicos / Verificadores
- Fauna (animais avistados)
aves, golfinhos, tartarugas, peixes
- mudança de comportamento animal
- avistagem e/ou audição de aves
- Danos
- vandalismo
- inscrições em pedras / rochas
- inscrições em árvores
- outros
Indicadores Sociais / Verificadores
- Saneamento
cheiro de lixo
- lixo fora de latões / lixeiras
- animais associados ao lixo
- dejetos
- fossa aberta
- cheiro de urina
- cheiro de esgoto
- entulho
- Segurança
- acidentes
- buscas / salvamentos
- Conflito de Uso x Convívio Social
- barulho
- brigas
- música alta
- manifestações religiosas
- outros
Planilhas
Foram preparadas 6 planilhas para os trabalhos de campo e um Manual de Preenchimento.
As planilhas foram elaboradas de forma a possibilitar a tabulação de resultados de forma a produzir gráficos para análise e tomada de decisões.
- Planilha de Dados e Informações de Praias e Ilhas
- Planilha de Dados e Informações de Fornecedores de Serviços Náuticos
- Planilha de Dados e Informações de Escunas e Embarcações
- Planilha de Dados e Informações de Serviços Náuticos
- Planilha de Dados e Informações de Satisfação do Usuário Turista
- Planilha de Monitoramento de Indicadores de Impactos da Visitação, Biofísicos e Sociais
- Manual de Preenchimento de Planilhas do Cenário Turístico Náutico da Baia de Paraty
Click sobre as figuras para ver planilhas ampliadas e fazer download.
- Ordenamento Turístico da Baia de Paraty: Introdução, Generalidades
- Ordenamento Turístico da Baia de Paraty: Planilhas de Dados e Monitoramento
- Ordenamento Turístico da Baia de Paraty: Resultados Parciais 2019
- Ordenamento Turístico da Baia de Paraty: Resultados Parciais – Planilha 2019 (pdf)
APA Marinha da Baia de Paraty / Documentos
Legislação
- Lei Municipal 685-1984 – Declara APA da Baia de Paraty (pdf)
- Lei Municipal 744-1987 – Amplia Limites APA Marinha (pdf)
PA Marinha / Atas
- APA Marinha da Baia de Paraty: ATA 2018 03 21 (pdf)
- APA Marinha da Baia de Paraty: ATA 2018 05 23 (pdf)
- APA Marinha da Baia de Paraty: ATA 2018 07 11 (pdf)
- APA Marinha da Baía de Paraty: ATA 2018 11 29 (pdf)
Apresentações / Documentos / Diversos
- APA Marinha da Baia de Paraty: Apresentação do Plano de Manejo SEMAM – julho 2020 (pdf)
- APA Marinha da Baia de Paraty: Reunião GT “APA Marinha Sugestões para Melhorar” – junho 2019 (pdf)
- APA Marinha da Baia de Paraty: Seminário APA Marinha, Oportunidades e Ameaças – 06 nov 2019 (pdf)
- APA Marinha da Baia de Paraty: Apresentação Semana do Meio Ambiente SEMAM 2019 (pdf)
- APA Marinha da Baia de Paraty: Projeto Educação Ambiental – Fortalecimento de Comunidades Pesqueiras (pdf)
- APA Marinha da Baia de Paraty: Apresentação SEDUMA – dezembro 2018 (pdf)
- APA Marinha da Baia de Paraty: Convite Evento “Oportunidades e Ameaças” – novembro 2019 (pdf)
- APA Marinha da Baia de Paraty: Projeto CAIS, Associação de Escunas – julho 2019 (pdf)
Estudos de Caso
- Trilha Inca, Machu Pichu, Peru – Recuperação de Impactos, Unesco Patrimônio da Humanidade (2004)
- Capacidade Carga Turística da Região Trindade-Juatinga (2011-2104)
- Capacidade de Carga Turística Trilha Macuco Safari, Parque Nacional do Iguaçu (2012)
- Trilhas e Mirantes do Morro do Forte, Paraty (proposta 2014)
Capacidade de Carga Turística (CCT)
- CCT – Conceito / Métodos de Determinação
- CCT – Considerações Iniciais
- CCT – Capacidade de Carga Biológica
- CCT – Impactos da Visitação
- CCT – Trilha Macuco, Parque Nacional do Iguaçu (estudo de caso)
O Movimento Pró-Paraty é formado por um grupo de pessoas e instituições que, de forma independente e voluntária, visam o desenvolvimento turístico e a sustentabilidade socioambiental de Paraty e região.
Roberto M.F. Mourão / ALBATROZ Planejamento
Para uso e permissões favor contatar: roberto@albatroz.eco.br
Celular: 24 99901-9199